Avisos:

A Banda de Amarante vai apresentar-se em Peroselo, Penafiel, para a festa em honra da Nª Srª da Visitação, no próximo dia 7 -- VI Estágio de Verão e Curso de Aperfeiçoamento de Sopros e Percussão (este ano com o maestro José Rafael Pascual Vilaplana) de 19 a 23 de Agosto -- Banda Musical de Amarante - Vencedora do 1º Prémio/III Escalão do IV Concurso Internacional Ateneu Artístico Vilafranquense e Prémio Tauromaquia

sábado, 22 de março de 2008

Sexta-Feira Santa

Clareava a Lua no escuro firmamento nocturno, limpo a tentar conter a chuva que se anunciava para o dia a seguir. Fazia frio, muito frio. Mas os corações escaldavam com um nervosinho bondoso.
Após um pequeno ensaio, as fardas azuis ocuparam o seu lugar no pátio da igreja, prontos a alinhar e começar a tocar. E aconteceu.
Mesmo com a inveja de alguns, com desistencias à última da hora, com estupefacientes à mistura, a Banda Musical de Amarante fez o tradicional serviço de Sexta-Feira Santa. Começou a procissão. Qualquer tipo de barulho cessou naquele mesmo momento. Qualquer tipo de luz. Esta procissão é alegórica ao funeral de Jesus Cristo. Somente as velas davam a luz naquela noite. As velas e a Lua. Lua cheia e reluzente.
Subiu-se e desceu-se na outra direcção a rua ao om da "Alma Máter" e, claro da "Solidão". Para quems e acha algum guru, que viesse ouvir como a Banda interpretou cada mudança de tonalidade, cada dinâmica da música, frase a frase, cada respiração em conjunto.
O toque seco da caixa marcou o luto da ocasião, encurtando os momentos musicais, pois, de facto, não se tratava de uma comemoração esplendorosa, mas sim de um luto.
Ao descer para S. Gonçalo, o orgulho bateu forte, ao contemplar o mosteiro, a ponte e o rio e, finalmente, prestar as nossas contas aos símbolos desta cidade a que pertencemos ao som de música.
Dada a volta à cidade, a passo fúnebre, entre marchas tocadas com sensibilidade, com algumas habituais, inconvenientes mas, ao mesmo tempo, nostálgicas trapalhadas, sem nunca estragar a noite, a procissão e o serviço da Banda chegaram ao fim. E, neste fim, fica o sinal. Estamos aqui. Correu bem. Éramos poucos mas bons. E não repetíamos para corrigir nada. Fizemos o nosso trabalho. Está aqui o seu fruto. Sensibilidade, harmonia, filarmonia e, acima de tudo, evolução.
No próximo domingo há mais. Todo o dia a marchar. Vamos chegar ao fim capazes de tocar outra vez. Mas como isso é só vontade psicológica e não física, é melhor não tentar.

Os parabéns a todos os que ficaram até este momento e que o trabalharam e trabalharão mais além. Os lamentos por aqueles que não puderam ficar, os quais com certeza que gostaríamos de contar. O convite para quem não acredita nesta Banda e nas suas hipóteses, para que venha ver e ouvir e tirar conclusões mais fundadas e específicas. Os agradecimentos para todos aqueles que apoiaram a Instituição e que a vieram apoiar e saudar (em silêncio pela ocasião). Se gostaram ou não, fiquem sabendo que não pára por aqui.

Boa Páscoa. Sim. Já é domingo na hora de edição deste texto.

Sem comentários: