A ambição não deve ter limites. Quando positiva, claro. Não devem haver limites à ambição de passar uma mensagem. É um dos objectivos da Banda Musical de Amarante: passar mensagens com o intuito de provarmos os nossos objectivos e as nossas capacidades. Já passámos inúmeras mensagens, que ilustram os nossos paradigmas: a Banda não é de um só, mas de todos, de Amarante; a evolução constante da música implica um esforço de todos; a união de um grupo com raízes é capaz de tudo, etc.
O Estágio de Verão também aparece como difusor de mensagens. Em primeiro lugar repesca a ideia referente à evolução da música - é constante. Não devem haver barreiras aos desafios que se colocam. A riqueza de repertório dos eventos tem aumentado de ano para ano e, neste ano, o repertório trabalhado trouxe a oportunidade de primar numa evolução nos métodos de
trabalho e novas ideias. Pelo segundo ano, o concerto final baseou-se numa temática - após, em 2010, se apresentar um repertório dedicado ao que de bom se produz na música portuguesa para sopros, neste ano foi apresentado um repertório dedicado às crianças.
Outras das mensagens é a universalidade da música. Rafael Agulló Albors vinha com provas dadas um pouco por toda a parte da sua grande qualidade. E o castelhano, para nós, não constituiu qualquer tipo de barreira para a compreensão da sua mensagem. Pequenos pormenores escondidos atrás de cada nota, rigor e disciplina de trabalho e de palco, saborear a música... Tudo isto aliado a uma simplicidade humana e fluência de boa disposição comparável à sua qualidade percebida pelos músicos que dirigiu: monumental.
Desde o início que o Estágio também cultiva outro paradigma: não há idade, habilitação ou limitação que prive quem for do acesso ao conhecimento. Todos os elementos da Banda Musical de Amarante, em primeiro
lugar, e sem excepção, têm o direito de participar. Aliás, figurando o Estágio no calendário de compromissos, esse direito torna-se quase um dever. Outrora apregoaram que os elementos mais velhos ou com menos estudos não se iriam encaixar. O I Estágio acabou logo com tal falácia, provando o contrário. Desde então, o trabalho, a diversão e o convívio acolhem quem quiser entrar. Esta IV edição alargou ainda mais essa realidade, ao proporcionar o albergue de elementos vindos de longe. O habitual convívio deu uma vida nova às margens tamegãs, com a enchente de pessoas nas esplanadas da rua das Tílias.
Dois concertos traduziram em notas este sentimento colectivo. Mostrou-se qualidade e, acima de tudo, uma acepção de novas ideias que outrora não havia tanto. Saiu-se do evento com uma excelente experiência humana e musical e com vontade de ainda fazer mais.
Estão de parabéns todos: participantes que evoluíram, staff que trabalhou na organização com afinco, professores com nota máxima no âmbito humano e pedagógico, direcção que, quase como progenitores de uma cria, acompanharam o evento todos os dias, responsáveis do centro pastoral e das salas de espectáculo pelo apoio prestado, bem como todos os outros que deram o contributo e todos os presentes que não surgiram como obstáculos à organização.
Programa do concerto final:
- Children's March - Percy Aldrige Granger
- Hores D'Estiu - Ximo Cano
- Children's Suite - André Waignein
- Toyland Suite - Ferrer Ferran
- Celtic Child - Bert Appermont
soprano: Elisabete Ribeirocoro: Escola da Banda Musical de Amarante
(extra)
- Paquito Chocolatero - Gustavo Pascual Falcó