Avisos:

A Banda de Amarante vai apresentar-se em Peroselo, Penafiel, para a festa em honra da Nª Srª da Visitação, no próximo dia 7 -- VI Estágio de Verão e Curso de Aperfeiçoamento de Sopros e Percussão (este ano com o maestro José Rafael Pascual Vilaplana) de 19 a 23 de Agosto -- Banda Musical de Amarante - Vencedora do 1º Prémio/III Escalão do IV Concurso Internacional Ateneu Artístico Vilafranquense e Prémio Tauromaquia

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Boas Festas 2010/11

Um Santo Natal. Um harmonioso ano novo. São simples e humildes desejos nossos, que vos visitamos nestas noites frias. Ousamos desafiar o frio intenso para vir estar junto dos amigos que acederam em nos receber e nos ajudar. Neste Natal queremos celebrar a sobrevivência à crise, respirando saudavelmente no meio da maleita económica mundial e nacional que se sente. Somos a Banda, nós músicos e cantadores e vós nobres anfitriões, que fazem a Instituição viver sempre mais dias, conferindo a oportunidade aos artistas de inovar e reinventar esta sociedade de música e arte, trazendo novos sons a esta terra que se enche de bruma e luz, mesmo em noites escuras, para sentir no ar o espírito de Natal, a alegria de chegarmos a esta época vivos.

Também celebramos a esperança. Esperança de evoluirmos. Antes de qualquer evolução tecnológica, uma evolução intelectual e moral, “que o coração lá no fundo invente um novo ser”. Foi a grande missão do Menino agora nascido, trazer uma mensagem de bondade, somente dizendo “faz aos outros aquilo que gostavas que te fizessem a ti”. Talvez seja a cura para qualquer crise mundial—a união dos povos, conforme sonhou um dia Beethoven.

Um Feliz Natal e um óptimo 2011!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

156º Aniversário da Banda Musical de Amarante

"A Banda está na Rua"
O dia nasceu frio. Ameaçou chuva, pois a pluviosidade nocturna assim o fez prever. No entanto, era dia da Banda saír à rua e, contrariamente ao azar do último ano, foi possível fazê-lo.

A tradição não falhou. No aniversário da Banda Musical de Amarante, pela manhãzinha, figos secos, bolachas, água ardente, vinho do Porto e sumos esperavam os músicos na sede da Banda. Alinharam-se as filas, afinaram-se os instrumentos, com toda a dificuldade do frio imenso que se sentia na rua que baixava a afinação dos instrumentos, e começou-se o desfile. O Hino da Restauração percorreu as ruas da cidade, homenageando a nossa Amarante e os símbolos que nos ligam a ela. A nossa casa, onde trabalhamos arduamente para nos aperfeiçoarmos artisticamente, os Bombeiros Voluntários de Amarante, uma casa irmã que vibra com os nossos passos, o cemitério, onde imortais membros do nosso grupo repousam e nunca são esquecidos, o centro da cidade, património de todos nós, marco de uma antiguidade da qual também a Banda partilha. O mosteiro de S. Gonçalo albergou a cerimónia cristã da consagração da Banda, celebrada pelo Pe. Castro, em substituição do pároco José Miranda, com a colaboração dos nossos elementos nas leituras e actuações corais.

Esta manhã de 1 de Dezembro, vindo tão espaçada entre o calendário de serviços, funciona como uma cola entre os músicos. O caminhar juntos, trabalhar e afinar, rir e conversar, são factores que funcionam como união entre os músicos, revelando a meta que a Banda define em conjunto, nunca apenas por decisão de directores, mas como decisão do grupo. Somos um grupo, a Banda de uma cidade e juntos decidimos o nosso rumo.

À tarde esperava-nos o concerto. Um pequeno ensaio pouco antes, para ultimar as peças a apresentar e para o fotógrafo de serviço preparar o seu árduo trabalho para hoje podermos contar com as imagens deste momento.
A actuação estaria entregue ao nosso maestro Armando Teixeira, havendo espaço ainda para o director artístico Fernando Marinho dirigir uma obra. Afinação, contraste de dinâmicas, agressividade na interpretação contrastando também com sensibilidade e muita diversão foram alguns dos aspectos marcantes do concerto. Relembraram-se obras que marcaram o nosso Verão e ainda houve espaço para uma pequena diversão com uma... chávena de café.

Os discursos de quem teve a palavra visaram factores importantes na vida da Instituição. O nosso presidente vincou, em sua defesa e em verdade, o trabalho árduo de toda a Direcção: o que custa obter serviços sem haver qualquer tipo de mecenato, a não aposta na tentação de contar com o dito mecenas (ou "Messias", como diria o Sr. Presidente da C.M.A. Dr. Armindo Abreu) para não deixar a Banda à deriva num dia em que tudo isso acabe, o esforço pelo não endividamento numa altura em que a crise é de carácter internacional, a aposta no futuro e na escola e um apelo para os amarantinos, enquanto disponíveis, se abrirem para a Banda, se tornarem sócios e nunca deixarem morrer esta que é uma das muitas tradições que a nossa terra tem que valem a pena.
O nosso maestro vincou algo ainda mais importante: a união. Pode haver quem ache esquisito a Banda ter ao seu dispor dois maestros. Entendem-se? Anda um a mando do outro? Anda um a ver se "destrona" o outro? Não. A maior força da direcção artística é terem-se um ao outro como irmãos. Se Fernando Marinho é o maestro com o currículo que ele tem, sabe reconhecer o trabalho árduo que Armando Teixeira desempenha sábado após sábado com o grupo. Enquanto que este, reconhece aquela "luz" que emana de alguém que funciona como um mentor, nun
ca deixando de procurar novas técnicas, novos ensinamentos, em prol da sua evolução e da ajuda que pode oferecer à Banda.

Um sinal forte da união, imagem de marca da nossa Banda, apreendida por quem dela quer fazer parte, demonstrada perante o público.

Findo o concerto, espaço para o jantar. Ambiente de intimidade entre os músicos, os aniversariantes. Mais discursos, desta vez de representantes da Câmara Municipal, vincando algo que o nosso presidente referiu no seu discurso. A Banda de Amarante encara a vida com realismo, sem entrar em megalomanias de preencher o calendário de serviços, se tal não for económicamente viável. Uma instituição como a nossa deve sobreviver, acima de tudo. Pela sua história e por todos aqueles que dela fizeram parte. No entanto, o aumento do número de serviços de 2009 para 2010 apenas demonstra que a aposta nos serviços tem sido bem feita, que as rejeições não implicam que não se façam bons serviços, com boas bandas a acompanhar-nos. Desta forma, sem nunca nos endividarmos para mostrar a Banda em romarias sem fim, é possível apresentarmo-nos no nosso aniversário, o marco mais importante do calendário, podendo dizer que respiramos saúde, que temos as contas em dia e que sobrevivemos a tudo.

A Banda cresce, contra muitas expectativas. Pudemos apresentar três novos músicos: de Mafra, migrando para o norte por motivos de trabalho, chega-nos Rui Almeida, em tuba; João Marinho, em percussão, que fora elemento da Banda da Lixa; Beatriz Ferreira, em eufónio, formada na Escola da Banda.
Junta-se também a Dra. Marta Marinho, membro dos corpos sociais da Direcção da Banda, executante em clarinete, que regressa ao corpo musical, vários anos depois de ter abandonado para ingressar na Banda da Lixa.
São sinais de continuidade e renovação; sinais também da proximidade entre instituições de zonas vizinhas.

Foi este o retrato de mais um aniversário. No dia 4, a Rádio Região de Basto emitiu uma entrevista ao nosso vice-presidente Victor Costa e ao maestro Armando Teixeira no programa "Espaço Aberto". Contou-se a história que todos podemos acompanhar neste blogue, inclusivé, bem como a realidade do trabalho que se desenvolve. Vincou-se a postura de quem representa a Instituição, nunca procurar protagonismo individual, mas a sobrevivência de uma causa maior que todos nós, a Banda Musical de Amarante.

Programa do concerto:
  • Hino da Restauração - abertura solene
  • Hispânico, passodoble - Nuno Osório
  • First Suite in Eb - Gustav Holst
  • Pacis Valley - Ben Haemhouts
  • Coffee Serenade - Ted Huggens
  • A Volta a Portugal, rapsódia - Luís Cardoso
  • Hino da Restauração - fecho solene
As fotos e gravações podem ser encontradas no nosso site.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

É quase Dezembro...

É quase Dezembro. Será o corolário de um ano extremamente delicado para a Banda. 2010 marcou o esforço de se apostar terrivelmente mais no que é fixo e da terra, numa tentativa de criar uma identidade ainda mais amarantina, sem nunca esquecer a qualidade e os ensinamentos que os nossos colaboradores têm trazido ao longo dos anos, junto com uma amizade que teima em prevalecer.

Contra todas as expectativas de uma grave crise económica, apresentámo-nos em mais serviços que no ano de 2009. Demo-nos a conhecer a novas terras, aprendemos qualidade com boas bandas, que nos vieram reconhecer também a nossa qualidade. Mas também saboreámos do pior: fomos tratados em algumas festas de forma deplorável, por gente que esperava que tocássemos horas a fio, sem poder descansar ou refrescar, debaixo de um calor infernal, sem gozar os intervalos de um "protocolo" de planeamento de actuações que todas as bandas no país seguem. Talvez não tiveram dinheiro para comprar um rádio e altifalantes.
Demos a conhecer, como em outros anos, mais música nova, apurada e complexa, neste ano em especial, maioritariamente portuguesa; pois somos nós um importante veículo para divulgação e cultivo da arte musical na cidade, ostentamos essa responsabilidade.
Chega ao fim um ano em que devemos pensar bem no que queremos, abraçando um projecto filarmónico implicando grandes festas e romarias para dar projecção ao nosso nome ou arriscando um projecto mais sinfónico e pedagógico para mais serviços do género do nosso Estágio de Verão, aperfeiçoando a nossa qualidade sonora e interpretativa.

Têm sido três anos duros. Optou-se, com a melhor das intenções, em 2007, cessar actividades na Banda. Hoje os músicos concordam na precipitação que essa medida foi. O quórum levou um enorme rombo devido à grande totalidade de colaboradores que seguiram a sua vida. Uma medida que se revelou igualmente efémera pois, poucos meses depois, a Banda com um espírito reformulado já ensaiava um repertório completamente novo, para voltar a saír à rua e actuar para todos os amarantinos. Alguns disseram que a Banda mais rápido fechava portas que o que se safaria sem alguns, mas eis-nos aqui hoje. Outros disseram que éramos uma Banda sem músicos da casa, mas estavam e sempre estiveram lá esses músicos da casa, lado a lado com outros músicos de grande reconhecimento, a aprenderem a não ser nunca largos na quantidade e parcos na qualidade. Houve ainda quem dissesse que estávamos de rastos, mas muita gente prefere gravações "pirata" de alguns concertos nossos a CD's com o devido tratamento da autoria das bandas de quem manda tais bocas. Hoje a Banda já não luta para sobreviver - hoje a Banda VAI sobreviver.

É quase Dezembro e, no primeiro dia desse mês, mais dois alunos irão vestir a farda azul-rubra pela primeira vez. Aplicaram-se e mostraram aos seus companheiros o fruto do seu trabalho, provando assim a responsabilidade que é pertencer-se a esta Banda. Nesse dia 1 estamos todos de parabéns: todos nós que não nos afastámos da Banda nem da Música, que não aceitámos propostas mais tentadoras para não abandonar a nossa Instituição quando ela mais precisava de nós; todos aqueles que, num dia 1 de Dezembro qualquer, foram anunciados como executantes do nosso grupo, pois a eles pertencem muitas das páginas da nossa grande história e, quem dela faz parte, aqui nunca será esquecido.

Vem aí o dia 1, em que a Banda de todos nós, amarantinos, vai saír à rua (salvo qualquer partida pluviométrica).

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Diabos à Solta 2010

Os músicos chegam a ser heróis. Assumem e cumprem compromissos, vários num só dia, para poderem concretizar e preencher o prazer de tocar, ganhando também alguns cobres. Os músicos da Banda Musical de Amarante não são excepção. No dia 22 de Agosto, muitos foram os que, aproveitando a folga, levaram o nome de Amarante a outras paragens, colaborando com várias bandas, à imagem do que acontece com a nossa própria Banda. Por aqui e por ali, provou-se que não há uma banda a depender de músicos de fora, mas sim uma interacção entre bandas e músicos de vários locais, que dinamizam e globalizam o universo filarmónico, criando conhecimentos e amizades. Famalicenses vêm a Amarante mostrar a qualidade musical da sua terra, e amarantinos fazem o caminho inverso mostrando também o bom trabalho musical que é feito na menina do Tâmega.

No entanto, os músicos da Banda Musical de Amarante são cumpridores. Correu-se e voou-se, mas a verdade é que, largos minutos antes de concretamente se verificar o arranque da procissão, a Banda Musical de Amarante apresentou-se pronta para o serviço na alegórica procissão dos Diabos de Amarante. Este evento ocorre todos os anos, em alegoria à velha história dos Diabos de Amarante. Quando essas esculturas chegaram à cidade (na altura vila) há longos anos atrás, a nossa Banda foi esperá-los à estação.
De Santa Luzia partiu então a fila. No meio do barulho e da confusão, que dão vida à festa, a Banda de Amarante interpretou as marchas de desfile como quando se escoltaram os Diabos na história original. Não é agradável tentar tocar no meio da confusão, não sabe nada bem levar com farinha sobre instrumentos que valem milhares de euros. Mas é um compromisso da Banda para com a sua cidade, que verá sempre a Instituição apresentar-se na qualidade de símbolo da terra, aceitando os desafios que Amarante merece que a sua Banda tenha.

A semana mais longa terminou assim. O calendário marca agora, apenas, o 156º aniversário da Banda. Ficam os leitores a saber que os músicos se reuniriam poucos dias depois. Nova prática no seio da Instituição: todos juntos, sem presença de directores ou maestros, os músicos discutiram saudavelmente, num rescaldo de todo um ano de trabalho. A conclusão foi unânime: um ano excelente, com catorze compromissos de festas de qualidade, lado a lado com excelentes bandas com que ombreámos em brio musical, e com um Estágio ainda mais ousado que os anteriores, com mais experiências que tornarão os músicos melhores intérpretes e os executantes um grupo ainda mais unido à volta de um projecto que, para esses músicos, é cada vez mais interessante.
A Banda agora reformulará o seu grupo de músicos para o novo ano que aí vem, com novas entradas e saídas, preparando novo repertório e encetando um trabalho minucioso em busca do melhoramento contínuo e incessante da qualidade de som e interpretação. Reabrindo a escola e retomando os ensaios, Amarante irá continuar a contar com a sua Banda, pronta para o grande compromisso que é representar o nome da sua terra.

Procurem a nossa informação de onde ela realmente vem e estejam atentos à Banda que nunca esteve tão viva.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Em Estágio

O que motiva afinal a Banda Musical de Amarante a realizar o Estágio de Verão? Uma das palavras-chave é, sem dúvida, a inovação. De e para os músicos. Ao cabo de várias romarias e festividades, marcos importantes do calendário de qualquer banda filarmónica, mas que, por vezes, não cativam os músicos para dar o seu melhor, eis que temos a oportunidade de trabalhar para fazer jus ao verdadeiro significado do termo filarmonia – gosto pela música – e damos vida à cidade, acompanhados de grandes amigos que vêm um pouco de toda a parte, com o objectivo de conviver, trabalhar, divertir-se, sacrificar-se e... Inovar.

Neste ano, o repertório de banda sinfónica trazia o maior dos desafios. Obviamente que, de ano para ano, o objectivo é melhorar e elevar o nível de dificuldade. No III estágio, o grau de exigência das obras era ainda maior, então, mas tal não retiraria a qualidade necessária para cativar o público. Apenas uma das peças não era da autoria de compositores portugueses, sendo que a dita não mais era que uma das obras que mais se popularizou neste ano, estando presente no programa de várias bandas filarmónicas e estágios por todo o país. Em suma, a Orquestra de Sopros do Estágio, chamemos-lhe assim, veio mostrar ao público amarantino que em Portugal produz-se música evoluída, que as dissonâncias não são somente desafinações – podem ser música escrita – e que a música da tuba vai para além daquilo que foi celebrizado numa canção – o “fon fon fon”.Quem acompanhou as edições anteriores do evento, adivinha facilmente um resumo da semana de trabalhos. Sendo que, neste ano, a organização ficou entregue a um elemento assistente, ao invés de ocupar alguns músicos durante o período para os trabalhos, a liberdade desta assistente permitiu uma melhor organização do evento, sempre com a companhia dos maestros titular e assistente, e dos músicos da Banda anfitriã, sempre que disponíveis.
Ao fim de um dia de trabalho, um concerto já estava pronto. Na Cozinha dos Frades, os professores do Estágio actuaram mais uma vez, com o seu repertório habitualmente mais progressivo. Desde os blues na flauta do prof. Marco Pereira até aos “tchica tchica” para acompanhar a caixa do prof. Nuno Simões, passando por todos os outros membros do corpo docente do evento, justificando a aposta e confiança que, em alguns casos, transpira de ano para ano.

O trabalho da técnica instrumental, uma das questões mais importantes, foi desenvolvido durante o restante da semana, não impossibilitando os ensaios de naipe e tutti. Na terceira noite, o Centro Cultural de Amarante recebeu o concerto de alunos e, finalmente, na última noite, o simbólico palco dos claustros da Câmara Municipal de Amarante recebeu o concerto final de Banda Sinfónica. Pelo meio estavam aulas, trabalho, ensaios, jantares e lanches em grupo, o torneio de futebol (classificação final: 1 - Amarante A, 2 - Amarante B, 3 - Lixa, 4 – Professores), pique-niques à beira-rio com direito a banho, diversão nocturna nas esplanadas do Parque Ribeirinho e da Rua das Tílias... Momentos que criavam o espírito de grupo com que o concerto final deveria ser abordado; o espírito de grupo que iria preencher grande parte das boas recordações do evento.
Na grande noite final, a plateia foi pequena para tanto público. Delfim Carvalho apresentou, Joana Alexandra de Morais, a assistente do Estágio, sincronizou a projecção multimédia, Fernando Marinho e Armando Teixeira dirigiram, Nélson Carvalho deslumbrou a solo... E a Orquestra de Sopros mostrou o fruto do seu trabalho. O concerto final correu de forma excelente e as peças recolheram aplausos e, até, interacção do público. O presidente Dr. Dinis de Mesquita focou a evolução do evento, a quase centena de pessoas envolvidas, o gosto assumido que é, para cada participante, estar presente no evento e a aposta que o Estágio é para o futuro desta Instituição centenária (e meia).
De realçar a presença de músicos de várias instituições do país. A possibilidade de alojamento permitiu que se apresentassem no Estágio músicos das bandas de Amarante, Mancelos, Lixa e Várzea, como já era habitual, e, também, de Revelhe – Fafe, Trofa, Nespereira, Lousada, Carrazedo de Montenegro... E peço perdão se se esquece alguma. Estes músicos vieram, de todos estes locais, aperfeiçoar a sua interpretação do seu instrumento, de modo a evoluírem, dando assim mais qualidade a estas bandas, trazendo também o nome delas até à nossa terra. Os parabéns a estes participantes, pelo evento a que deram vida. Os agradecimentos habituais à Câmara Municipal, Paróquia e Centro Cultural pelo apoio. Aos professores e organizadores, pelo bom trabalho desenvolvido. Ao fotógrafo e a quem efectuou e disponibilizou gravações, cujos trabalhos podem ser encontrados nas galerias do site da Banda e no @marantetv. Ficam agora promessas para os anos que se avizinham, no sentido de evoluír ainda mais e nunca estagnar e acomodar a qualquer que seja o rótulo adquirido. Inovação é a palavra-chave.
Concerto final:
  • Fanfare Overture – Lino Guerreiro
  • Concertino para Tuba e Banda Sinfónica – Carlos Marques (tuba: Nélson Carvalho)
  • 1ª Suite para Banda – Jorge Salgueiro
  • Danzón no. 2 – Arturo Márquez/arr.: Oliver Niquel
  • Volta a Portugal – arr.: Luís Cardoso
  • (extra)
  • Navegar, navegar – música e letra de Fausto Bordalo Dias/arr.: Jorge Salgueiro

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Festa de Sobrão - Paços de Ferreira

Regresso a um local já conhecido, em histórias do passado. Uma terra que nos guarda na memória acontecimentos melhores e piores. Um passado que já lá vai, pois no dia 9 de Agosto apresentou-se a Banda Musical de Amarante que temos vindo a reformular, com um ímpeto e qualidade totalmente diferentes do que outrora viemos mostrar aos habitantes da freguesia de Sobrão, em Paços de Ferreira.

O plano de actividades foi o normal em festas deste calibre. Pelo menos para nós - talvez para algumas pessoas mencionadas no texto anterior não fosse suficiente. Percorreram-se os locais da freguesia indicados pelos membros da comissão, sempre com a companhia destes. A missa teve lugar durante uma parte da manhã, dando lugar ao fim das actividades neste período, com oportunidade ainda para um pequeno concerto. Os elementos da Banda foram então conduzidos a um restaurante nas redondezas onde, com qualidade e simpatia, foram servidos de um revigorante almoço. A tarde traria calor, sem dúvida, mas as imediações do palco eram dotadas de um arvoredo relativamente denso, proporcionando um ambiente mais ameno e agradável. A Banda fez o seu concerto durante a tarde, com toda a calma e sem pressão qualquer para uma interpretação ininterrupta das peças. As obras saíram ainda melhor, houve tempo para descansar entre elas e de, inclusive, fazer um intervalo e, ao contrário do que acontece em alguns sítios, o átrio da igreja onde se colocou o coreto, estava cheio de pessoas a assistir à actuação. A incontornável comparação com a banda da zona - Paços de Ferreira - que é uma referência no plano filarmónico, trouxe ainda mais sabor aos músicos, com elogios por parte do público e aplausos a cada obra. Teve ainda lugar a procissão solene, finalizando-se com a marcha de despedida.

A Banda terminava assim o serviço, causando uma excelente impressão. A mensagem de uma nova Banda Musical de Amarante, com uma qualidade superior, talhada para serviços de excelência (e não para festas em pó e sem cor), para grandes concertos e para compromissos pedagógicos e de evolução passou assim para mais uma região. Nunca na nossa história estivemos tão em pé. Fizemos serviços com grandes bandas, com um reconhecimento de grande qualidade pelos nossos pares (falamos de Lousada, Póvoa de Varzim...), desenvolvemos uma maior cultura de grupo a partir do trabalho em conjunto e da inevitável camaradagem nas viagens no autocarro, deslumbrámos Amarante a cada passagem. Vamos agora partir no projecto mais ambicioso de cada ano, com o concerto mais desejado por cada músico - o Estágio de Verão.

A Banda está viva! Só quem tem pouca cultura filarmónica e ainda vive no tempo das "chicas" que só querem é festas para beber e fazer ruído é que não o reconhece. Só quem não vai até à Internet e pesquisa o nosso dia-a-dia não chega a esta conclusão. Em sentido contrário, músicos de um universo filarmónico mais evoluído - em que se aposta mais na evolução das Bandas, em concertos sinfónicos, estágios com grandes maestros e concursos - congratulam, elogiam e encorajam os maestros e executantes da Banda Musical de Amarante. São alguns frutos de bom trabalho ilustrados em factos reais e não no sensacionalismo deste autor.

Moralizados pelos elogios e fortalecidos pelas críticas, os músicos da Banda Musical de Amarante seguem em união, procurando fazer sempre melhor, alheios aos julgamentos de quem pouco percebe. É esta, certamente, a Banda que, em tempos, sempre sonhámos ter.

Concerto da manhã:
  • Consuelo Císcar, pasodoble - Ferrer Ferran
  • Ross Roy, abertura - Jacob de Haan
  • Le Merle Blanc, polka para flautim - Eugene Damaré
Concerto da tarde:
  • Hispânico, pasodoble - Nuno Osório
  • Guilherme Tell - Gioacchino Rossini
  • Marcha Eslava - P. I. Tchaikovsky
  • Fate of the Gods - Steven Reineke
  • Xutos Medley - arr.: Luís Cardoso
  • Santana, a portrait - arr.: Giancarlo Gazzani
  • Canções da Tradição, rapsódia - arr.: Luís Cardoso

sábado, 14 de agosto de 2010

Festa de Gondar

E porque não Gondar? Já foi há algum tempo a última vez que a Banda Musical de Amarante lá esteve. As pessoas daquela freguesia portal do Marão merecem a presença da sua Banda na sua festividade. Estava na altura de nós, também, assumirmos um risco: comparecermos num serviço, num dos fins-de-semana de Agosto, o mês mais requisitado nos calendários filarmónicos de todo o país. O nosso legado da história recente deixou-nos com as possibilidades humanas reduzidas, mas a reconstrução ao longo destes três últimos anos, paciente a aplicada, possibilitou o crescimento do quorum da Banda, de modo a que os maestros possam estabelecer um equilíbrio de vozes e naipes, respirando qualidade para quem quer realmente ver qualidade.
A Banda Musical de Amarante apresentou-se, pela manhã, na freguesia de Gondar, numa das suas avenidas. Daí, encaminhada por três elementos que se supõe que faziam parte da Comissão de Festas, foi desfilando até à igreja. A poucos minutos das 11h00, seria dispensada de executar mais uma música, pois já se ouviam as primeiras notas do órgão da igreja, preparando a celebração da missa.
No final da solenidade, a Banda actuou em palco, executando uma marcha, de acordo com o estipulado. Após o almoço, a Banda voltou ao serviço. O grupo de bombos presente actuou até às 15h30, altura em que os executantes da Banda subiram a palco e começaram os preparativos para o concerto da tarde. O calor dificultava e demorava a afinação, como qualquer um de nós deve entender. No entanto, um indivíduo que, supõe-se, seria um dos comissionários, abordou zangado a Banda, afirmando que "estudar era na escola". Acusava a Banda de se encontrar em ensaio, quando se procedia à afinação dos instrumentos, de modo a garantir a melhor qualidade possível, num dia em que as condições climáticas não eram as melhores. Caricato, sem dúvida, mas foi algo que plantou um pedaço de revolta nos músicos, que estavam a esforçar-se por trabalhar. Finalizado este processo, já de si demorado - ainda para mais interrompido por um autêntico "entendido" - a Banda iniciou o concerto. Na pausa entre a segunda e terceira obra, mais um indivíduo da organização, recém-chegado ao local, aborda a Banda, alegando que não havia sido interpretada qualquer obra. Pior, já havia ligado a um dos nossos dirigentes, insinuando que o concerto não tinha começado - duas obras após o início - e que a Banda não tinha tocado de manhã - após todo o desfile e a dispensa pela Comissão nos minutos que antecederam a missa.
O relógio marcava 16h15, a Banda tinha começado os preparativos assim que o grupo de Bombos parou a sua actuação, pouco após as 15h30, afinando (com a infeliz interrupção), e interpretando já duas obras com, aproximadamente, 10 minutos cada. E era acusada de não ter ainda começado qualquer actuação, de estar a ensaiar. Os comissionários, em fúria, alegavam até que não iriam proceder ao pagamento. A Banda deveria de tocar das 15h30 às 17h45, sem interrupções!
A reacção entre os músicos foi de extrema revolta, por tal humilhação. Mas o espírito de grupo estava apenas a sujeitar-se a um teste que iria passar com distinção. O nosso líder estava ali, o maestro Armando Teixeira, e foi ele que os músicos souberam seguir, no meio das dificuldades criadas. A Banda marcou a sua posição, actuando conforme tem sido a sua marca - qualidade. Os músicos descansaram nos intervalos entre as obras e hidrataram-se para combater todo o calor. O grupo de bombos ainda intercedeu por nós, actuando por alguns minutos, concedendo-nos tempo para descansar. Afinal de contas, foram os nossos melhores espectadores e assistiram de perto a todo aquele festival proporcionado por alguém que agiu de uma forma no mínimo curiosa. Alguns elementos do povo da freguesia ainda passaram para ver as actuações, mas apenas houve enchente antes da procissão que, ao menos, correu dentro de todas as expectativas.
A festa terminou com a despedida da Banda.
Fica aqui um retrato de um Portugal que julgávamos estar a desaparecer. Talvez haja pessoas ainda sem o mínimo decente de cultura. A freguesia de Gondar não merecia isto. Músicos de várias naturalidades levarão uma mensagem errada desta terra e, os próprios populares ficaram desiludidos e tristes ao saber dos acontecimentos. Há elementos da Banda naturais desta freguesia, que, com pesar, se sentiram humilhados. Fomos acusados de não cumprir contratos e de mentir. Mas, pelo contrário, cumprimos cada linha do combinado, agradámos ao pouco público que ia passando que, em pequenos intervalos, aderia ao nosso ritmo e harmonia, e sobrevivemos àquelas condições difíceis, unidos em redor da nossa causa e seguindo um líder, que tomou sempre as melhores decisões. Acabou por se ganhar algo nesta festa: esta força conjunta de ultrapassar adversidades.
Talvez alguns, ao saber disto, achem piada e se encham de alegria ao ver a Banda percorrer caminhos sinuosos. Mas talvez quem assim o faça, não fosse o líder que cada um de nós, músicos, quisesse seguir. Talvez não goste de enveredar pelo caminho da qualidade, trocando pelo do ruído e número excessivo e desequilibrado de chapéus. Ou talvez tenha tão pouca formação que nem perceba patavina do que se escreveu na frase anterior.
Gondar merece a nossa presença para abrilhantar a sua festa, como freguesia de Amarante, a cidade e concelho a quem devemos os nossos préstimos. O que a Banda Musical de Amarante deseja é que as pessoas desta freguesia possam ter, a indicar-lhes o rumo (seja de uma festa ou seja do futuro da localidade em geral) pessoas capazes, cultas e que saibam o que lhes compete fazer no trabalho que executam.

A Banda de Amarante continua aqui, tal como o faz há 155 anos. Os seus métodos continuam a colher elogios pelo país fora. E, juntos, vamos continuar sempre no caminho da qualidade.

Obras executadas em palco:
  • Pela Lei e Pela Grei, marcha militar - Raúl dos Santos Cardoso (manhã)
  • Consuelo Císcar, pasodoble - Ferrer Ferran
  • Ross Roy, abertura para banda - Jacob de Haan
  • Caçadores do 1, marcha - Amílcar Morais
  • Le Merle Blanc, polka para flautim e banda - Eugene Damaré (flautim - Fábio Pinto da Costa)
  • Filarmonia, marcha - Afonso Alves
  • Xutos Medley - arr.: Luís Cardoso
  • Canções da Tradição, rapsódia - arr.: Luís Cardoso

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A trabalhar

Ninguém nos vê nas ruas a desfilar, ou em palcos a actuar... Mas o trabalho está mais duro que nunca. Como uma banda que deseja evoluir, por um caminho que ousámos escolher, enveredámos por uma via de trabalho que irá desaguar no evento ao qual damos mais importância no nosso calendário.
O Estágio de Verão de 2010 encontra-se aberto a inscrições e já se encontra com vagas sobrelotadas em alguns naipes. Flautas e saxofones encontram-se já cheios, sendo que quem se inscrever a partir de agora será guardado numa fila de espera, caso reúna condições para merecer uma vaga ou caso alguém desista. Naipes como clarinetes, trompetes e trombones aguardam ainda a chegada de mais músicos, de modo a contribuir para um equilíbrio de um naipe para o concerto final. Os preparativos deixam antever cada vez mais o evento que aí vem e os músicos têm aderido.

No entanto, o calendário ainda vai apertar mais. No dia 9 de Agosto próximo, iremos deslocar-nos a uma freguesia de Paços de Ferreira em mais um compromisso.
É assim a vida desta Banda, que enquadra nos seus compromissos projectos de pedagogia e também de entretenimento, aliando o Estágio às variadas romarias para as quais é solicitada. Um caminho que há uns anos ousámos trilhar, colhendo agora os dividendos de muito esforço conjunto. Uma responsabilidade à altura de quem a sabe encarar.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Arranque dos preparativos

Finalmente encontramo-nos na devida altura para noticiar o maior dos eventos do nosso calendário. A Semana da Banda Musical de Amarante está aí a chegar e juntará, de dia 16 a 20 de Agosto, músicos de toda a parte para trabalhar, conviver e tocar em concertos. O maestro e mestre Fernando Marinho orientará o Estágio, acompanhado pelo maestro assistente Armando Teixeira e pelos professores dos diversos instrumentos.
É um evento com provas dadas e que segue todos os caminhos para evoluir ainda mais. Essa evolução configura-se, neste ano, em duas vertentes:
  • Exploração de repertório composto por obras escritas nos últimos anos, maioritariamente por compositores portugueses.
  • Possibilidade de atribuir dormidas a quem se desloque de longe. Para tal, dever-se-á informar a organização da intenção de obter dormida durante o processo de inscrição, pelo que a Direcção da Banda tratará de arranjar condições de poder albergar os interessados, entrando depois em contacto.
A inscrição deverá ser feita a partir do formulário que estará disponível no site da Banda, sendo depois enviada para o endereço estagio_verao@bandamarante.com. As inscrições estarão limitadas a um número definido de músicos por cada naipe.

Após um primeiro ano de música mais popular, e um segundo de música mais erudita, neste ano a dificuldade das peças a trabalhar cresce ainda mais, proporcionalmente à popularidade, irreverência e genialidade que, por certo, cativarão o público para mais um espectáculo. Os concertos de professores e alunos rechearão a semana, ainda antes do final, dando a mostrar os frutos do trabalho mais importante que deverá ser desenvolvido - o aperfeiçoamento instrumental.
Procurando o sucesso das últimas edições, a Banda Musical de Amarante lança o convite. O III Estágio de Verão e Curso de Aperfeiçoamento de Sopros e Percussão encontra-se aberto a inscrições.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Festas da Cidade (parte II)

Finalmente estava aí o último dia das Festas da Cidade. A vontade dos músicos não esmorecia após dias e dias de trabalho e eis que se apresentou, novamente, a Banda Musical de Amarante, pelas 15h30, para dar início à etapa final do serviço. Após o dia de Sábado, acompanhados pela Banda de Música da Póvoa de Varzim, no Domingo viria actuar a Banda de S. Martinho de Mancelos, tal como reza a tradição - pelo menos num dia, os músicos do oeste do concelho vêm fazer companhia à Banda da Cidade.

Após o desfile, foi altura para as formações actuarem em concerto. No largo de S. Gonçalo, a Banda de Amarante deu continuidade ao trabalho do fim-de-semana, lutando por manter a qualidade demonstrada, não revelando sinais de cansaço por parte dos músicos. Nem sequer foi necessário repetir qualquer obra interpretada no dia anterior (pode-se incluir como excepção nisto a rapsódia Português Suave, embora tenha feito parte do programa do concerto da Banda da Póvoa de Varzim). Do outro lado, respondia a Banda de Mancelos, com um programa inovador e irreverente, demonstrando o trabalho que Nuno Penetro, o seu maestro, tem desenvolvido com um grupo de músicos constituído, em grande parte, por jovens em formação em escolas de música como o Conservatório do Vale do Sousa.

O serviço terminava com a procissão solene pelas ruas da cidade. Problemas físicos com músicos de percussão obrigaram um dos colegas a integrar o naipe durante a solenidade - a prova de que, por vezes, é necessário espírito de sacrifício para nos podermos valer uns aos outros e dar o nosso melhor pelo grupo.

Terminava assim a presença das bandas filarmónicas nas festividades, com o tradicional lançamento dos cravos da varanda dos reis do mosteiro de S. Gonçalo. Terminavam também dias longos de trabalho da Banda Musical de Amarante. Arrumavam-se os instrumentos, descansavam-se os músculos, relembravam-se histórias e ficava a vontade de ver mais para o próximo ano.
A Banda deu sinal positivo à cidade que a veio ver. Mostrou-se que o crescimento existe e não pára, que a união é, cada vez mais, inquebrável e que quem porventura estiver à espera que a Banda não resista neste novo projecto, provavelmente ou se irá desiludir ou, por outro lado, irá aderir à causa.

A visão filarmónica que, apesar de relativamente antiquada, muito valorosa foi durante anos e ainda serve a muitas bandas, já vê cada vez mais perto o seu fim. Festas, romarias e procissões nunca irão acabar e desaparecer no calendário das bandas filarmónicas. São símbolos de resistência de boas tradições que não devem morrer. No entanto, o principal objectivo de uma formação filarmónica está a deixar de ser, durante os anos, somente esse tipo de compromissos. Hoje evolui-se no sentido de um compromisso com a formação e proliferação da cultura musical num cenário mais evoluído. As bandas não devem nunca deixar de interpretar obras para as massas, pois o público merece ter música do seu agrado, quando contribui para, numa festa, contar com a presença de uma banda. Mas o futuro aponta para o trabalho focado em novas peças, escritas para formações sinfónicas, focadas numa delicadeza, sensibilidade e dificuldade ainda mais puxadas, de modo a que uma banda ganhe prestígio, qualidade e força.
É nesse sentido que a Banda de Amarante funde nos seu calendário as várias romarias (Páscoa, Festas da Cidade...) com o evento principal da temporada filarmónica, que é o Estágio de Verão. Porque os músicos merecem divertir-se nas festas e aprender ainda mais no estágio. E porque Amarante e as outras localidades que querem contar com os nossos serviços também merecem o melhor de nossa parte.
É nesse sentido que vamos trabalhar.

Último parágrafo para voltar ao tema destes compromissos que tivemos pela frente nos últimos dias. Sinais de evolução e união. Levamos para casa ensinamentos com o que de melhor e pior conseguimos produzir e, com certeza, iremos mostrar que aprendemos com tudo isso, ao nos apresentarmos ainda melhores da próxima vez. Os parabéns a todos e o agradecimento a quem se dedicou nestes últimos dias e aos colaboradores de sempre, que acrescentam grande qualidade ao grupo, bem como um ambiente saudável e pŕoximo.

Na tarde de domingo a Banda interpretou os seguintes temas:
  • Campinos Scalabitanos - paso doble, Samuel Pascoal
  • Ross Roy, Jacob de Haan
  • Mar i Bel - fantasia espanhola, Ferrer Ferran
  • Português Suave - rapsódia, Carlos Marques
  • Abba Mia, Luís Cardoso

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Festas da Cidade (parte I)

Sábado, dia 5, amanheceu nublado. Pairava um certo receio de que as Festas da Cidade de Amarante decorressem debaixo de mau tempo, à imagem do ano anterior. Nada fazia prever, visto que, nos dias anteriores em que, inclusive, a Banda acompanhou as marchas do infantário "O Miúdo", houve sol radioso e calor.
No entanto, para o grupo de amigos que se juntava nessa manhã para jogar futebol no complexo desportivo da Costa Grande, não podia estar melhor. O clima ameno proporcionou um agradável ambiente para a prática do desporto e brincadeira. As duas "cuecas" do Miguel ao Fábio e os quatro golos deste e mais umas quantas assistências; as corridas do José Albano e a distribuição de jogo do Cristiano; o faro para o golo do nosso presidente e os rasgos pelo campo do Vítor "Frei" Brandão; O instinto felino do Tiago, na baliza, o esforço do pequeno João, o porte físico do Carlos André e o pontapé-"canhão" do Artur Emanuel. Uma autêntica parada de estrelas esquecidas pelo seleccionador às portas do Mundial 2010. As mesmas estrelas que visitaram poucos dias antes o Ricardo Carvalho, nessa manhã mostravam que tinham aprendido alguma coisa com o profissional, quanto mais não seja, humildade e boa disposição em ambiente de divertimento.

A festa propriamente dita viria de tarde. O estado do tempo era visualmente falacioso e nada estragou o ambiente para o serviço. A Banda apresentou-se a desfilar pelas 15h30, seguida da sua congénere, a Banda Musical da Póvoa de Varzim. Uma estreia, pois há muitos anos que não vinha uma formação de fora do concelho às festas da cidade.
João Vaz, maestro dos poveiros, conta com vários músicos da Banda Militar do Norte como colaboradores, tornando a actividade desta banda um pouco mais profissional. Os valores individuais e o poder sonoro destes que nos visitaram ficaram bem patentes nos concertos. Do outro lado - da casa - a Banda de Amarante mostrava o seu cartão de visita, ou digamos, desta vez, de hospitalidade. Um esforço na qualidade e poder do som. Neste aspecto ambas as bandas se sentiram limitadas. O pouco espaço e a estrutura completamente metálica dos coretos não proporcionaram as melhores condições para trabalhar a qualidade sonora e, em certas partes, os músicos não se conseguiam ouvir, apesar da qualidade avaliada no exterior ser bem diferente desta realidade e pela positiva. Foi, ainda assim, o melhor esforço da organização, o qual temos que agradecer.
Foram dois concertos agradáveis, com repertório inovador, tanto do trabalho recente da Banda de Amarante, como do trabalho pouco conhecido na nossa cidade da Banda da Póvoa. Cativámos o povo amarantino durante a tarde e a noite e proporcionámos o melhor dos ambientes. Um dos momentos altos ilustrou-se nos aplausos após a interpretação do andamento final da Suite Alentejana de Luís de Freitas Branco. Numa romaria, em que talvez os espectadores esperassem mais música ligeira, a Banda de Amarante mostrou muita arte na interpretação de uma obra mais erudita e o povo amarantino mostrou a sua cultura refinada, pois foi a peça com a qual devemos ter colhido mais aplausos. Houve espaço para brincadeiras e alguns erros, mas tudo ultrapassado com sorrisos e adicionando qualidade à actuação. Sinais de união, como já foi referido, e de que nos sabemos desenvencilhar em qualquer momento.
No final, tempo ainda para uma marcha em conjunto pelas duas bandas, mostrando aqui também interacção entre os músicos das duas bandas, alguns conhecidos entre eles.

A equipa de executantes arrumou, junto com o nosso ajudante, o material do palco para o interior do mosteiro, preparando já o dia seguinte, no final de todo o serviço. A Banda mostrou aos amarantinos o patamar que já ocupa, pois soube apresentar aspectos positivos lado a lado com uma das referências filarmónicas do distrito e soube olhar para o outro coreto e aprender com o que de melhor lá se produziu.
Só falta mais um dia de festas para contar.

Programa do concerto da tarde:
  • Hispânico - pasodoble, Nuno Osório
  • Guilherme Tell - abertura, Gioacchino Rossini
  • Fate of the Gods, Steven Reineke
  • Le Merle Blanc - polka para flautim, Eugene Damaré
  • Canções da Tradição - rapsódia, Luís Cardoso
Programa do concerto da noite:
  • Consuelo Císcar - pasodoble, Ferrer Ferran
  • Marcha Eslava, P.I. Tchaikovsky
  • Suite Alentejana - andamento final, Luís de Freitas Branco
  • Xutos Medley, Luís Cardoso
  • A Volta ao Mundo, Paul Yoder & Harold Walter
  • 76 Trombones, Meredith Wilson/arr.: Naohiro Iwai

terça-feira, 8 de junho de 2010

Corpus Christi '10

O ano de 2010 trouxe muitos desafios. O volume de trabalho da Banda Musical de Amarante teve que ser enorme para correspondermos aos compromissos que assumimos. Logo um serviço em Janeiro com transmissão de uma obra para a televisão nacional e o mês de Abril repleto de festas. Maio foi para descansar, mas Junho arrancou logo com quatro requisições. No dia 3 a Banda apresentou-se para o serviço do feriado do Corpo de Deus. Nos três dias seguintes, três aparições, sendo que, na primeira delas, apenas foi um pequeno grupo de músicos a acompanhar as marchas do infantário "O Miúdo".

Iremos contar a história por partes. Na quarta-feira, dia 2 de Junho, qualquer um de nós terá passado a tarde ansioso... Aproximava-se um feriado. Mas era um dia especial, pois o Rodrigo Carvalho, filho de Ricardo Carvalho, completava mais um aniversário. O futebolista, amigo pessoal do nosso presidente, requisitou assim que a Banda se deslocasse à sua propriedade para brindar o menino com canções. A Instituição acedeu e os músicos do núcleo duro foram, sem compromisso algum, visitar a família em festa. Muita música, fotografias e deslumbre pela companhia de uma referência que leva cada vez mais longe o nome da nossa terra. Enfrenta o compromisso do Campeonato do Mundo 2010 na África do Sul e veio, apenas uns dias antes da partida, recarregar forças à sua terra natal. É, sem dúvida, um exemplo da dedicação e força de vontade que devemos aplicar ao que fazemos e da paixão com que devemos sentir a nossa terra. Uma medalha por tudo isso e pelo símbolo que é para cada um de nós: um humilde vencedor.
Nesse mesmo dia, a Banda tinha ainda que ensaiar. O calendário estava "gordo" por esta altura e a necessidade de trabalho era grande. Ainda para mais quando dois elementos tiveram que deixar a Instituição. São assuntos internos que a Direcção soube partilhar da melhor forma com o grupo, explicando razões e colhendo opiniões. Uma forma de lidar com as pessoas que fez com que, no final do ensaio, não só se ganhasse qualidade artística como também uma união mais forte e inquebrável. O grupo iria assim apresentar-se nos serviços, sentindo pelos colegas que partiam nada mais que saudade e pena por não poderem trabalhar com a farda blaugrana. O desejo de toda a sorte do mundo para eles da parte de todos nós.

O serviço propriamente dito chega finalmente na quinta-feira seguinte. Amarante viu a sua Banda iniciar o desfile pelas 15h30, em sta. Luzia. A cidade esperava maturidade e ainda mais qualidade da sua Banda que já mostra há três anos criatividade, frescura, arte e dinamismo. Foi tudo isto que lutámos para demonstrar durante o dia.
Terminada a entrada foi tempo para um concerto no largo de S. Gonçalo, num dos dois coretos montados com vista aos concertos a duas bandas nas Festas da Cidade. A Banda foi dirigida pelo maestro Armando Teixeira e pelo director artístico Fernando Marinho. Seguir-se-ia a procissão solene pelas artérias principais da nossa terra e finalizava o dia de trabalho.

Esforço, dedicação e união foram as palavras-chave. A Banda pautou o seu trabalho com toda a delicadeza trabalhada dias e dias na interpretação das suas obras, inovação do seu repertório e um trabalho conjunto esforçado, até mesmo na organização do material de concerto. Esperavam-nos agora mais outros serviços. Esta "corrida" ainda mal tinha começado.

Programa do concerto:
  • Hispânico - pasodoble, Nuno Osório
  • Guilherme Tell - abertura, Gioacchino Rossini
  • Pacis Valley, Ben Haemouts
  • Canções da Tradição - rapsódia, Luís Cardoso

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Concerto pela União Europeia

A Banda foi convidada a actuar na Escola Preparatória E.B. 2.3 de Amarante - vulgarmente conhecida como ciclo - como parte integrante de uma exposição dedicada à União Europeia, no dia 8 de Maio, véspera do dia da U.E..
A iniciativa da escola visava expor trabalhos dos seus alunos relativos à temática da união, expostos no pavilhão polivalente do estabelecimento. À Banda cabia a apresentação de obras que compusessem um concerto agradável nessa noite, cativante para a comunidade escolar, que seria predominante nos espectadores.

Pelo ambiente mais íntimo que teria lugar, a Banda convocou os elementos do seu núcleo, prescindindo de alguns habituais colaboradores que teriam que se deslocar de mais longe para comparecer. O repertório escolhido deixou de fora obras mais delicadas e elaboradas como transcrições de música erudita ou aberturas para banda. Em vez disso, apresentou um programa bem mais ligeiro, direccionado ao público maioritariamente povoado de pais, crianças e professores, conforme foi acima citado.
O concerto começou um pouco atrasado devido a um problema relacionado com um instrumento que não se apresentava nas melhores condições à hora de início. O nosso maestro titular, Armando Teixeira, dirigiu então a Banda numa actuação que colheu aplausos e interagiu com a plateia presente.
Foram interpretadas as seguintes obras:
  • Consuelo Císcar - Ferrer Ferran
  • Santana - a portrait - G. Gazzani
  • As 11 Partidas do Mundo - Amílcar Morais
  • Xutos Medley - arr.: Luís Cardoso
  • Canções da Tradição - arr.: Luís Cardoso
Foi mais uma prova de valor, pois mostrámos que, só com a prata da casa, conseguimos extrair grande qualidade do nosso trabalho. A ausência de alguns colaboradores e o ambiente mais relaxado do serviço, não impediu que se tocasse com grande brio e poder, com as notas todas no sítio, delicadeza na interpretação das obras e sensibilidade e equilíbrio de dinâmicas do som. Isto tudo aliado à alegria que lutamos para expressar em cada peça que interpretamos. Uma prova que vem demonstrar aquilo que todos e cada um de nós é capaz de fazer, contrariando uma linha de trabalho mais antiga que defendia que "os de fora cobrem as falhas".
Outra inovação positiva foi o bom funcionamento do trabalho em equipa na arrumação do diverso material pesado. Ao nos dividirmos em grupos bem organizados e encararmos a responsabilidade que temos na Banda, que vai para além de tocar o nosso instrumento, as coisas funcionam muito melhor. O ajudante da Banda (que por acaso, por motivos pessoais, não pôde comparecer) vê assim uma grande ajuda no seu trabalho que, não obstante a ser uma função sua, não deve passar sem uma ajuda de todos nós.
Houve ainda tempo para um lanche oferecido pela organização, recheado de saborosos doces e sumos, como agradecimento pelo nosso contributo no evento.

Queimou-se assim mais uma etapa da nossa época. Uma longa sequência de serviços que se iniciou em Abril termina assim neste concerto. Agora iremos colher os frutos desse trabalho e preparar-nos para mais compromissos que aí vêm, ainda mais exigentes e atractivos.

domingo, 25 de abril de 2010

Um concerto pela Revolução

Hoje foi assinalado o feriado da Revolução dos Cravos que, em 25 de Abril de 1974, de modo pacífico, pôs fim a um regime totalitário de extrema direita que vigorava desde 1933 em Portugal. É um sinónimo de liberdade porque, passando a redundância, realmente libertou o povo português de uma opressão constante, de um sentimento de querer mais, melhor e diferente e ser impedido de tal. Um acontecimento que colocou Portugal na liberdade da democracia.

Respeitando a história e seus intervenientes, partilhando do sentimento de liberdade e de querer ir mais além, a Banda Musical de Amarante apresentou-se em concerto no largo de S. Gonçalo, interpretando peças completamente novas no seu repertório - uma das quais (Abba Mia - Luís Cardoso), fica a dúvida, poderá ter sido estreada mundialmente hoje, dada a recente data de edição - dirigida pelo nosso director artístico Fernando Marinho.
Privados de um músico, devido a falecimento de um familiar - a Banda e os seus executantes, colegas deste amigo, endereçam os sentimentos - iniciámos o serviço pelas 16h00 no coreto em frente ao mosteiro de S. Gonçalo. O fruto do nosso trabalho para este ano saiu ali, com toda a classe que foi possível dedicar. O público encheu o largo - maioritariamente nas zonas com sombra - aproveitando um dia estival para assistir à actuação da Banda da cidade.
As peças interpretadas trouxeram inovação, mais agressividade e delicadeza ao repertório, colocando a Banda num patamar de qualidade artística mais acima do que se verificava até agora, com a interpretação a saír de forma bem trabalhada e conseguida. O nível de dificuldade é outro e a dedicação dos músicos é cada vez maior, aliada à evolução resultante de um trabalho árduo em todos os ensaios.

Uma boa actuação só merece o reconhecimento pelo empenho de todos. Vêm aí mais concertos e este calendário cheio por esta altura apenas subiu a qualidade do ambiente e calor humano, pelo que os vários serviços oferecem mais motivação e descontração a um grupo que ganha, actuação a actuação, mais e mais confiança.

Fica o programa do concerto realizado:
  • Hispânico - pasodoble - Nuno Osório
  • Marcha Eslava - op. 31 P.I. Tchaikovsky
  • Pacis Valley - Ben Haemouts
  • Suite Alentejana nº 2 - Andamento Final - Luís de Freitas Branco
  • Abba Mia - Luís Cardoso
(Abertura e fecho do concerto com marcha "25 de Abril")

terça-feira, 20 de abril de 2010

Festa de Covas - Lousada

Era um passo importante - conseguir marcar lugar num acontecimento em local privilegiado no universo filarmónico, de modo a mostrarmos a nossa qualidade, pela qual tanto trabalhamos em todos os ensaios. Conseguimos, finalmente.
A Banda Musical de Amarante apresentou-se ao serviço, na manhã do dia 18 de Abril passado, na freguesia de Covas, em Lousada, com o seu grupo habitual de executantes, marcando apenas duas alterações no que diz respeito aos habituais colaboradores sem vínculo, três faltas por compromissos profissionais de executantes e dois reforços a pensar na importância da festa.

Conduzida pelo maestro titular Armando Teixeira, a Banda percorreu uma parte da freguesia pela manhã, cumprindo as formalidades de uma festa muito bem organizada, algo de louvar. Três elementos da Comissão de Festas acompanharam e guiaram o nosso maestro, de forma cordial e simpática, permitindo à Banda cumprir com as obrigações. A sintonia entre o nosso director artístico e o nosso maestro ficou bem patente neste serviço - o facto de termos dois maestros não causa nenhum conflito destrutivo, bem pelo contrário. Confinando a pasta da batuta unicamente a Armando Teixeira, a Banda contou com a execução de Fernando Marinho como primeiro flauta, mostrando que este nosso "mestre" é um músico mais que completo, aliando a sua mestria na batuta à excelente técnica e musicalidade na flauta transversal.
Pelo meio da manhã, houve ainda tempo para um lanche oferecido por um dos habitantes da freguesia, que encheu por completo as medidas de quem, cansado, percorreu quilómetros durante horas. A boa disposição imperou, em conjunto com o espírito de grupo. A Banda veio para um pouco mais longe, algum tempo depois da última vez, e surgiu unida, com os elementos nucleares a garantir um excelente ambiente, acarinhando os elementos mais novos e os colaboradores. Tal união reflectir-se-ia, obviamente, na qualidade musical.
Ao fim da manhã, a Banda de Amarante encontrar-se-ia, finalmente, com a sua congénere para darem a volta à igreja do local da festa. Este outra formação dispensa apresentações: a Banda de Música de Lousada é, há muito, uma referência no palco filarmónico da nossa zona. A sua qualidade musical reside nos excelentes músicos que tem ao seu serviço e na aposta constante na educação artística, dispondo de bons recursos com o Conservatório do Vale do Sousa mesmo ali ao lado. Um exemplo que nós estamos mesmo a seguir e que recomendamos. Quem também dispensa apresentações, sendo fulcral para a qualidade desta formação, é o seu maestro Romeu Silva. Figura de renome como maestro e também como instrumentista em tuba, justificando a sua longevidade na direcção desta banda pela sua qualidade e capacidade contínua de evolução.

A tarde chegaria, após um almoço em conjunto num restaurante da região. Era altura do concerto. Duas bandas com uma prestação excelente prenderam o público ao adro da igreja, mesmo com acessos de chuva e vento que se fizeram sentir durante a tarde. Duas formações com um bom repertório para apresentar e um bom equilíbrio de naipes. Se de um lado aparecia a Banda de Lousada, com classe na sua musicalidade e qualidade no seu som, do outro a Banda de Amarante apresentava um som poderoso e uma excelente expressividade, inclusive ao nível do contraste de dinâmicas. Saibamos olhar para a Banda de Lousada e aprender com toda a qualidade que têm, uma plena justificação do bom nome que vêm construindo desde há muito tempo, mas saibamos também ver as coisas boas que apresentamos, os bons exemplos que soubemos dar a nível artístico e que temos de manter ou mesmo melhorar ainda mais.
Fica a discriminação das obras de concerto apresentadas por nós:
  • Consuelo Císcar - pasodoble - Ferrer Ferran
  • Guilherme Tell - abertura - Gioacchino Rossini
  • Fate of the Gods - Steven Reineke
  • Marcha Eslava - op. 31 P.I. Tchaikovsky
  • A Volta ao Mundo - Paul Yoder & Harold Walter
  • 76 Trombones - Meredith Wilson/arr.: Naohiro Iwai
Antes da última música, ainda tempo para a procissão solene. Voltava-se depois ao palco para terminar o concerto. A prestação final da Banda captou bem a atenção de quem assistia. Somente três trombones e um som cuidado e, ao mesmo tempo, poderoso. Pareciam mesmo 76...
A despedida trouxe cenas louváveis no relacionamento entre duas bandas com bons conhecimentos - uma marcha em conjunto.

Acabava assim, por volta das 20h00, este serviço. No autocarro continuaria a diversão entre os músicos que queriam somente perpetuar a alegria de uma festa que adoraram fazer.
Obreiros de um bom dia de serviço? A nossa direcção, obviamente. O nosso maestro, que lidou com muitos assuntos, tais como garantir o número suficiente de papéis para toda a gente tocar, reservar lugares num restaurante de qualidade para o nosso almoço, a sua liderança e, claro, a sua prestação artística que viu neste serviço mais frutos de uma boa evolução contínua. O sr. Manuel Teixeira, fervoroso amigo da Banda (pai de Armando Teixeira), que nunca nos abandona nas várias festas e que, nesta em especial, garantiu e ajudou a escolher as fardas que fossem necessárias para quem não tivesse. Os colaboradores que vieram auxiliar, pela sua enorme generosidade e entrosamento. Os executantes de um núcleo duro que se fortalece cada vez mais e que garante a unidade de um grupo que se faz de cada um de nós. Em suma, todos nós que, mais uma vez, soubemos ser Amarante.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Páscoa em S. Gonçalo - Dois quadros

Quadro I
Um ano atípico, no que diz respeito a clima. Chegávamos à Sexta-Feira Santa, dia 2 de Abril e o cenário era mau para quaquer actuação ao ar livre. Chuva miúda, forte, de todos os géneros. Impossibilitava o nosso acompanhamento na procissão fúnebre da morte de Jesus Cristo. Após um pequeno ensaio e a constatação de tais impossibilidades para a ocorrência do nosso serviço, coube ao Director Artístico Fernando Marinho a iniciativa de dirigir um ensaio geral, aproveitando a presença de todo o corpo activo. A qualidade do nosso Director ficou bem patente pela forma como trabalhou a qualidade sonora, afinação e fraseamento das melodias ensaiadas. Com certeza que, após tal trabalho árduo em boa parte do ensaio, a interpretação da peça sobre a qual incidiu grande parte dessa prática foi de um nível já bastante aperfeiçoado. Não foi tempo perdido de certeza. Ir-se-ia ensaiar no dia seguinte novamente, mas uma etapa evolutiva estava assim queimada, em plena hora de serviço.

Quadro II

Chovera caprichosamente nos dias anteriores. Mas, no dia de Páscoa, o Sol voltou a brilhar. O frio inicial, que gelava os dedos, chegou a enganar, mas o resto do dia trouxe um aspecto mais primaveril a esta celebração pascal.
A Banda Musical de Amarante apresentou-se logo de manhazinha na igreja de s. Gonçalo, de modo a acompanhar a Visita Pascal desta paróquia, percorrendo-a até todos os seus limites. Privados de um executante em tuba, Miguel Marinho, por uma lesão na perna e de três outros executantes por motivos profissionais, a Banda apresentou-se com um corpo de músicos bem composto, o que equilibrou o seu som, acrescentando-lhe riqueza tímbrica. Partiu-se então nesta jornada, revendo os trilhos percorridos nos outros anos, adicionando novos, para não discriminar ninguém nesta visita.
A pausa para almoço trouxe nova força aos executantes, para, durante a tarde, subirem ao lugar do Campo da Feira. A partir daí, a caminhada seria em direcção ao mosteiro. Paragem na casa da executante em clarinete Beatriz Monteiro que, tal como de manhã fizera o executante em Saxofone Barítono Agostinho Ribeiro, amigavelmente recebeu os seus companheiros para um pequeno lanche. A visita aos Bombeiros Voluntários, intepretando uma marcha ao som das sirenes é, sem dúvida, um ponto assinalável. Passou-se pelo centro, visitanto ruas e ruelas com as cruzes da Visita Pascal, até faltar somente a caminhada para a igreja. Findou lá o serviço, com a interpretação da marcha "Caçadores do 1", de Amílcar Morais.
Assim, após um dia inteiro a tocar, conviver, brincar e a marchar, a Banda Musical de Amarante terminou a cansativa viagem pela única terra a quem o deve - Amarante. Agradece-se muito a presença dos músicos colaboradores em tal serviço, muitos dos quais iriam repetir a façanha no dia seguinte. agradece-se aos músicos em geral a sua força para enfrentar as dificuldades e garantir o bom ambiente em toda a festa; aos directores, sempre presentes durante o dia, na carrinha que proporcionava mobilidade aos materiais que iam sendo precisos durante o dia; ao director artístico e ao maestro que nos guiaram por esta caminhada, mais um ano.

É muito bonito ver a Banda a passar no dia de Páscoa. Mas as pessoas terão de se lembrar, nos anos que aí vêm, que, se querem a Banda (e mesmo a Visita Pascal em geral), têm que dar dinheiro e outro qualquer contributo que sirva para ajudar. Isso é essencial para a paróquia que paga os serviços e também para a Banda que investe no dia. Também é necessário lembrar que a cidade é muito grande quando palmilhada a passo. Se a Banda não visita uma rua ou um beco que seja, não o faz propositadamente, mas sim por informação mal dada ou por engano. Pedimos desculpa quando falhamos mas também pedimos paciência, pois somos humanos.

terça-feira, 30 de março de 2010

Anúncio de calendário

Ampliou-se o calendário de serviços da Banda Musical de Amarante. No próximo di 18 de Abril, iremos deslocar-nos a Covas, em Lousada, para dar som à festa da freguesia. Connosco actuará a Banda de Lousada. Esta formação é um dos grupos musicais de referência da nossa zona. Se Lousada possui um dos bons conservatórios de música da região, a banda dá-se ao luxo de poder contar com os bons professores que lá dão aulas e alguns dos seus melhores alunos. Em suma, algo em que a Banda de Amarante começou a apostar, mas numa fase muito mais evoluída.
Assim sendo, vamos ter finalmente a oportunidade de dar o grito "Estamos aqui!". Vamos ouvir e aprender a tocar com uma excelente banda filarmónica, mas também vamos mostrar que temos trabalhado duro. Afinal contamos com um dos (senão "o") melhores maestros de formações de sopro, alguns dos melhores alunos e diplomados dos Conservatórios de Porto, Amarante, Lousada, da ESML, da Banda Militar do Porto e da PSP de Lisboa... E contamos com a nossa tremenda força de vontade e humildade.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Seguindo um caminho

Eis que o nosso calendário nos informa da proximidade de novos serviços. A Páscoa, que marcou um novo começo e uma nova viragem na nossa história, aproxima-se a passos largos, com as suas duas aparições reservadas para nós. Alguns de nós dever-se-ão lembrar de, quando Amarante se questionava sobre a sua Banda, ela se apresentou naquela noite, com os seus elementos, subitamente com um som renovado e apurado; os amarantinos receberam-nos, comovidos e afectuosos, aplaudindo-nos no Domingo, por estarmos vivos, por estarmos na rua. Repetiremos essa noite e esse dia, que são as efemérides mais próximas para as quais nos preparamos.

Desde esse Março de 2008 que muito se fez. Organizamos um estágio de ano em ano, formamos camadas jovens num conservatório oficial de música. Um investimento como a Banda nunca viu igual, mas que certamente valerá a pena.
Hoje somos muitos mais. Muitos dos colaboradores que na altura eram ilustres desconhecidos, hoje sentem ligação com a Banda e nunca deixaram de ajudar, continuando a envergar e a dignificar a nossa camisa, formando alunos (alguns da Banda) como professores do Centro Cultural de Amarante. Outros vieram fazer parte do corpo da Banda no chamamento de um novo desafio, a tempo inteiro ou como segunda prioridade, respeitando as suas bandas de vínculo. Mas, mais importante que tudo, formaram-se novas gerações de músicos, amarantinos produzidos na escola da Banda Musical de Amarante. Depois dos novos elementos apresentados no aniversário da nossa Instituição, eis que Beatriz Ferreira se junta ao grupo musical durante os ensaios, estando a caminhar para a sua estreia de farda azul.

Mais maduros, com mais classe, temos que continuar e aprofundar o nosso compromisso com a nossa Banda. Hoje, mais que nunca talvez, somos uma banda com muito músico não profissional, mas com uma qualidade artística e sonora consistentes e geniais, muito próximo do nível das grandes bandas de topo - não por demérito delas, que nos mostram e dão sempre o exemplo do que devemos lutar para ser, mas por nosso mérito, que trabalhamos arduamente, ensaio após ensaio, inovando num repertório cada vez mais bem recheado de obras modernas e com classe.
No entanto, o passado persegue-nos. Em virtude de anos menos bons, a nossa fama não vive dentro da nossa realidade actual e o dever da afirmação chama por nós. É por essa afirmação que temos que lutar. Muita gente não vai à Internet, não vem a Amarante ver-nos tocar, não se lembra de verificar quem é e que currículo tem o nosso genial director artístico Fernando Marinho, o nosso brilhante concertino Carlos André Silva, o nosso virtuoso percussionista Miguel Costa ou o nosso surpreendente maestro Armando Teixeira... Nem se dão ao luxo de conhecer a enorme humildade e força de vontade em qualquer um de nós. Limitam-se a falar do que ouviram há não sei quantos anos ou no "diz que diz que viu e ouviu...". Nós, Banda Musical de Amarante, queremos respirar, como um balão prestes a explodir. A cada ensaio se vê a música a correr-nos dos pulmões e dos dedos para os instrumentos. Queremo-nos mostrar, porque trabalhamos muito bem e surpreendemos já muita gente. Para isso temos que marcar presença em palcos que vestem a pele de autênticas montras para quem gosta do universo filarmónico. E, para tais metas, não devemos nunca vacilar no que diz respeito à nossa qualidade artística. Seja no arraial mais louco com outra ou outras bandas ou na festa mais poeirenta ingrata e sem audiência - cada nota tem que ser tocada como se fosse a última, se queremos lutar pela nossa afirmação.

Quem, de entre nós, for maduro o suficiente para este desafio, então está a vestir a farda certa. é um dos passos que nos faltam. E vamos conseguir...

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Uma fuga às normas

A Banda saiu á rua.
Aderindo às festividades da cidade, conforme justifica o seu estatuto, coleccionou mais uma festa. Em jeito de brincadeira, diga-se. Ocorreu, na cidade de Amarante, um desfile de máscaras alegórico, no qual o tema era virado para as Instituições de Amarante.

Várias organizações, entidades e personagens se puderam ver homenageadas, neste desfile que englobou, maioritariamente, crianças do pré-escolar, do infantário-creche "O Miúdo". Desde o desporto, na imagem do Amarante F.C., a Teixeira de Pascoaes, passando também pelos ranchos folclóricos, grupos de bombos e bandas filarmónicas. Para dar som a esta representação das filarmónicas, a Banda da cidade levou um pequeno destacamento de músicos que interpretariam marchas de desfile. Juntando a esses músicos, estavam os petizes do infantário, com fardas semelhantes às nossas, de modo a darem côr e volume à festa e á representação. Já os músicos da Banda, puderam dar asas à sua criatividade e usar dos disfarces e máscaras mais originais, num clima de brincadeira e bom humor que ajudou ainda mais à festa.
Foram, sem dúvida, a sensação do desfile, que se desenrolou desde Santa Luzia ao largo do conselheiro António Cândido (Arquinho). As pessoas queriam ver, ouvir, tocar e brincar com a Banda que passava pela rua, dando som ao conjunto de meninos que faziam a representação da Instituição Filarmónica.

Não seria esta a única efeméride do dia, pois á noite, um pequeno ensemble de músicos percorreu vários restaurantes do concelho, para dar magia e côr a outra festividade -a de S. Valentim.

Prosseguirão agora os ensaios da Banda, nossa principal tarefa, aos quais devemos ser pontuais de modo a continuar o bom trabalho que tem decorrido, que promete satisfazer os amarantinos amantes de música filarmónica.
O nosso sincero desejo de melhoras e a nossa preocupação pelo executante Miguel Marinho, que contraiu uma lesão num tornozelo que o afastará dos nossos compromissos. Que passe rápido, para que estejas de volta, pela tua presença no seio de amigos da Banda e pelo teu valor.

Deixamo-vos uma pequena colecção de fotos com os irreconhecíveis que saíram á rua nessa tarde.