Avisos:

A Banda de Amarante vai apresentar-se em Peroselo, Penafiel, para a festa em honra da Nª Srª da Visitação, no próximo dia 7 -- VI Estágio de Verão e Curso de Aperfeiçoamento de Sopros e Percussão (este ano com o maestro José Rafael Pascual Vilaplana) de 19 a 23 de Agosto -- Banda Musical de Amarante - Vencedora do 1º Prémio/III Escalão do IV Concurso Internacional Ateneu Artístico Vilafranquense e Prémio Tauromaquia

terça-feira, 27 de maio de 2008

Corpo de Deus

Houve festa na cidade. Feriado religioso da Festa do Corpo de Deus. O Corpus Christi celebra e realça a presença de Jesus Cristo no pão consagrado da eucaristia cristã. É, sem dúvida, uma festa cheia de simbolismo para a comunidade, onde a veneração, a procissão e o espírito festivo certamente se justificam.

Falar em festa requer pensar numa banda filarmónica. Falar na Festa do Corpo de Deus em Amarante requer lembrar a cor e harmonia que a Banda Musical de Amarante deram à celebração. Um misto de tradição, marcada pelo habitual horário de tarefas festivas, e de inovação, realçada pela nova cor da Banda – uma junção mais brilhante do habitual azul e bordeaux.

Em festa tudo correu. A Banda deu entrada ao início da tarde nas ruas de Amarante, ao som de marchas de arruada. Foi revisitado o percurso habitual, descendo a artéria principal da cidade (rua Cândido dos Reis), parando em frente ao mosteiro, passando o rio, prolongando o desfile ao largo de António Cândido. Após o arruado, nada de novo, contando com a experiência do dia de Páscoa. Apenas a evolução no desempenho, fruto do trabalho árduo nos muitos ensaios. Mas eis que chegara o momento que certamente todos esperavam. A Banda iria subir ao coreto, com a responsabilidade de mostrar frutos do trabalho de concerto realizado nos mesmos ensaios. A Banda não pode contar neste ano de recomeço com músicos efectivos de fora de Amarante, salvo algumas excepções. Apenas contou nos ensaios com a afectividade dos músicos amarantinos. Juntaram-se a estes outros músicos de enorme qualidade e de coração amigo. O resultado desta mistura não podia ser melhor. O público encheu o largo de S. Gonçalo, ao contrário do “passa, vê e vai embora” de outros tempos. A interacção da multidão foi visível e as palmas ecoaram pelo desfiladeiro por entre os edifícios sacros de S. Gonçalo-S. Domingos. Chegando à hora da procissão, o céu não se mostrava muito colaborativo na causa festiva e as preguiçosas nuvens não tardaram em chover em plena tarde de Maio. Face a isto, o sempre dinâmico pároco teve de arranjar uma solução. E arranjou. Improviso de procissão no interior da Igreja. A Banda, colocada na varanda do coro alto esperou pela sua hora de actuar. Nesse momento, ao som da marcha “Avé Maria” de A. Madureira, a celebração prosseguiu melodiosamente. Calmamente, uns com os outros, uns misturados com os outros, em plena fraternidade e boa disposição, com espírito livre, a Banda executou a marcha de uma forma que, confessadamente, comoveu as almas mais devotas á religião.

A Banda também teve tempo para fazer novos lançamentos na sua formação. A juntar a Abel Messias (trompete) – que se estreou na Páscoa e não pode estrear-se nos coretos por motivos profissionais – lançou-se Paulo “Paulinho” Ferreira. O jovem estreou-se de farda azul a transportar o estandarte da Instituição que raramente saía á rua, ficando assim para a história que o Paulo foi o primeiro em muito tempo a levar a bandeira na rua à frente da formação daBanda. No coreto foi ajudante na percussão, tocando os mais variados acessórios, destacando-se no poderoso e sonante gongo ou “tan-tan” para os mais habituados. Outra estreia a marcar o dia foi, sem dúvida, a do maestro Armando Teixeira a reger em concerto a Banda de Amarante. O nervoso miudinho ao compor as folhas de “Xutos Medley” não evitou a segura e brilhante regência deste maestro, que tem sido um bom trabalhador e um árduo lutador, ensaio a ensaio, na evolução desta Banda. Junto com Fernando Marinho, ambos têm concedido o rigor e a expressividade que têm marcado a diferença.

De realçar e chamar a atenção a quem não quis vir para a Banda por esta ou por aquela razão ligada à ambição pessoal, que a qualidade dos músicos contratados era visivelmente enorme, sendo algo que para alguns surpreendeu pelo estilo fora de série. Contratações de peso que, mesmo numa época difícil, não causaram transtorno à Direcção, à qual se louva a boa gestão. A estes músicos agradece-se o esforço, amizade e prontidão.

Fica o programa e a discriminação dos temas interpretados:

Marchas de rua:
• Caçadores do 1 – Amílcar Morais
• Filarmonia – Afonso Alves
• Manuel Joaquim de Almeida – Carlos Marques
• Manuel Sanches – Fernando Marinho

Obras em cocnerto:
• Consuelo Císcar (Pasodoble de Concierto) – Ferrer Ferran
• Cycles and Myths – Nuno Osório
Sax. Alto – Artur Emanuel Senhor
Flauta – Fábio Pinto da Costa
• Le Merle Blanc (Polka) – Eugéne Damaré
Flautim – Fábio Pinto da Costa
• Mar i Bel (Fantasía Española) – Ferrer Ferran
Trompete – Nélson Ferreira
• Santana (a portrait) – arr. Giancarlo Gazzani
Sax. Alto – Artur Emanuel Senhor
• Xutos Medley – arr. Luís Cardoso
• A Volta ao Mundo: Bands Around the World – Paul Yoder/Harold Walter & trecho de 1º Festival de Bandas da Feira Popular de Lisboa ’91 – João Neves
Caixa – Armando Teixeira
Bombo – Gonçalo Flores
Gongo – Paulo Ferreira
Tímpanos – Miguel Marinho
Trompete – Nélson Ferreira
Clarinete – Carlos André Silva
Trombone – Joaquim Oliveira
Exibição das bandeiras – Tâmara Pereira
• Português Suave (Rapsódia) – Carlos Marques
Fliscorne e trompete – Nélson Ferreira
Flauta e flautim – Fábio Pinto da Costa
Flauta – Liliana Marinho
Clarinete – Carlos André Silva

Marchas de procissão:
• Avé Maria – A. MAdureira

Fica então aqui o relato deste dia. Os parabéns ao Armando Teixeira pela sua estreia a reger, ao Paulo Ferreira pelo seu prémio pela devoção que sempre mostrou à Banda, ainda de tenra idade, ao Gonçalo Flores pelo seu regresso, sinal de grande amor à Instituição e a todos os músicos que puderam ver que os seus limites não eram aqueles que lhes impunham antigamente, mas ainda estão por descobrir. Os parabéns também ao Fernando Marinho que, movido pelo gosto à música e a esta Instituição, tem trabalhado arduamente por todos nós. Um grande abraço finalmente aos músicos amigos que vieram ajudar. Grande qualidade e grandes pessoas.

Reportagens visual disponível no @marantetv.

Fica aqui um pequeno vídeo amador de uma obra interpretada pela Banda, "A Volta ao Mundo". Perdão pela rotação de 90º.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Últimos Preparativos

Respirem bem fundo.
Vem aí o momento que esperámos.
Vamos ao coreto tocar para os nossos conterrâneos.
Fazem-se os últimos preparativos nesta semana de contagem decrescente. O largo de S.Gonçalo vai ser palco de teste ao nosso trabalho de recuperação. E, se for como tem sido nos ensaios, certamente será de nota positiva.
O corpo caseiro da banda tem evoluído muito bem. Achávamo-nos capazes há alguns meses de tocar certas peças, a tal velocidade, com compassos irregulares e com armações de clave cheias de acidentes?
Talvez até não. Eis que demonstramos agora que as nossas limitações não são aquelas a que éramos submetidos, mas ainda estarão por descobrir.
Ou talvez até fossemos já capazes. Mas só agora podemos, num grito de liberdade, expressar estas nossas capacidades.
Seja como for, somos uma banda finalmente. Conseguimos interpretar peças de vários estilos, do início ao fim com uma taxa de erro relativamente pequena, atendendo ao que está no papel, à expressividade e à direcção do maestro.
Agora demonstremos isso a público. Eles nos esperam.

Serão interpretadas peças do repertório ensaiado, de modo a se preencher um concerto, desta vez com a ajuda de músicos contratados, de modo a preencher as lacunas do corpo musical.

Mantenhamo-nos unidos, mais que nunca, pois as vozes do "contra" ainda não estão convencidas. Sabem que, como em qualquer tipo de relação humana, há conflitos; evitemos assim as clivagens, porque o mas importante de tudo é esta Instituição, pela qual todos nós, e não só alguns, arriscamos a honra.