Avisos:

A Banda de Amarante vai apresentar-se em Peroselo, Penafiel, para a festa em honra da Nª Srª da Visitação, no próximo dia 7 -- VI Estágio de Verão e Curso de Aperfeiçoamento de Sopros e Percussão (este ano com o maestro José Rafael Pascual Vilaplana) de 19 a 23 de Agosto -- Banda Musical de Amarante - Vencedora do 1º Prémio/III Escalão do IV Concurso Internacional Ateneu Artístico Vilafranquense e Prémio Tauromaquia

domingo, 25 de abril de 2010

Um concerto pela Revolução

Hoje foi assinalado o feriado da Revolução dos Cravos que, em 25 de Abril de 1974, de modo pacífico, pôs fim a um regime totalitário de extrema direita que vigorava desde 1933 em Portugal. É um sinónimo de liberdade porque, passando a redundância, realmente libertou o povo português de uma opressão constante, de um sentimento de querer mais, melhor e diferente e ser impedido de tal. Um acontecimento que colocou Portugal na liberdade da democracia.

Respeitando a história e seus intervenientes, partilhando do sentimento de liberdade e de querer ir mais além, a Banda Musical de Amarante apresentou-se em concerto no largo de S. Gonçalo, interpretando peças completamente novas no seu repertório - uma das quais (Abba Mia - Luís Cardoso), fica a dúvida, poderá ter sido estreada mundialmente hoje, dada a recente data de edição - dirigida pelo nosso director artístico Fernando Marinho.
Privados de um músico, devido a falecimento de um familiar - a Banda e os seus executantes, colegas deste amigo, endereçam os sentimentos - iniciámos o serviço pelas 16h00 no coreto em frente ao mosteiro de S. Gonçalo. O fruto do nosso trabalho para este ano saiu ali, com toda a classe que foi possível dedicar. O público encheu o largo - maioritariamente nas zonas com sombra - aproveitando um dia estival para assistir à actuação da Banda da cidade.
As peças interpretadas trouxeram inovação, mais agressividade e delicadeza ao repertório, colocando a Banda num patamar de qualidade artística mais acima do que se verificava até agora, com a interpretação a saír de forma bem trabalhada e conseguida. O nível de dificuldade é outro e a dedicação dos músicos é cada vez maior, aliada à evolução resultante de um trabalho árduo em todos os ensaios.

Uma boa actuação só merece o reconhecimento pelo empenho de todos. Vêm aí mais concertos e este calendário cheio por esta altura apenas subiu a qualidade do ambiente e calor humano, pelo que os vários serviços oferecem mais motivação e descontração a um grupo que ganha, actuação a actuação, mais e mais confiança.

Fica o programa do concerto realizado:
  • Hispânico - pasodoble - Nuno Osório
  • Marcha Eslava - op. 31 P.I. Tchaikovsky
  • Pacis Valley - Ben Haemouts
  • Suite Alentejana nº 2 - Andamento Final - Luís de Freitas Branco
  • Abba Mia - Luís Cardoso
(Abertura e fecho do concerto com marcha "25 de Abril")

terça-feira, 20 de abril de 2010

Festa de Covas - Lousada

Era um passo importante - conseguir marcar lugar num acontecimento em local privilegiado no universo filarmónico, de modo a mostrarmos a nossa qualidade, pela qual tanto trabalhamos em todos os ensaios. Conseguimos, finalmente.
A Banda Musical de Amarante apresentou-se ao serviço, na manhã do dia 18 de Abril passado, na freguesia de Covas, em Lousada, com o seu grupo habitual de executantes, marcando apenas duas alterações no que diz respeito aos habituais colaboradores sem vínculo, três faltas por compromissos profissionais de executantes e dois reforços a pensar na importância da festa.

Conduzida pelo maestro titular Armando Teixeira, a Banda percorreu uma parte da freguesia pela manhã, cumprindo as formalidades de uma festa muito bem organizada, algo de louvar. Três elementos da Comissão de Festas acompanharam e guiaram o nosso maestro, de forma cordial e simpática, permitindo à Banda cumprir com as obrigações. A sintonia entre o nosso director artístico e o nosso maestro ficou bem patente neste serviço - o facto de termos dois maestros não causa nenhum conflito destrutivo, bem pelo contrário. Confinando a pasta da batuta unicamente a Armando Teixeira, a Banda contou com a execução de Fernando Marinho como primeiro flauta, mostrando que este nosso "mestre" é um músico mais que completo, aliando a sua mestria na batuta à excelente técnica e musicalidade na flauta transversal.
Pelo meio da manhã, houve ainda tempo para um lanche oferecido por um dos habitantes da freguesia, que encheu por completo as medidas de quem, cansado, percorreu quilómetros durante horas. A boa disposição imperou, em conjunto com o espírito de grupo. A Banda veio para um pouco mais longe, algum tempo depois da última vez, e surgiu unida, com os elementos nucleares a garantir um excelente ambiente, acarinhando os elementos mais novos e os colaboradores. Tal união reflectir-se-ia, obviamente, na qualidade musical.
Ao fim da manhã, a Banda de Amarante encontrar-se-ia, finalmente, com a sua congénere para darem a volta à igreja do local da festa. Este outra formação dispensa apresentações: a Banda de Música de Lousada é, há muito, uma referência no palco filarmónico da nossa zona. A sua qualidade musical reside nos excelentes músicos que tem ao seu serviço e na aposta constante na educação artística, dispondo de bons recursos com o Conservatório do Vale do Sousa mesmo ali ao lado. Um exemplo que nós estamos mesmo a seguir e que recomendamos. Quem também dispensa apresentações, sendo fulcral para a qualidade desta formação, é o seu maestro Romeu Silva. Figura de renome como maestro e também como instrumentista em tuba, justificando a sua longevidade na direcção desta banda pela sua qualidade e capacidade contínua de evolução.

A tarde chegaria, após um almoço em conjunto num restaurante da região. Era altura do concerto. Duas bandas com uma prestação excelente prenderam o público ao adro da igreja, mesmo com acessos de chuva e vento que se fizeram sentir durante a tarde. Duas formações com um bom repertório para apresentar e um bom equilíbrio de naipes. Se de um lado aparecia a Banda de Lousada, com classe na sua musicalidade e qualidade no seu som, do outro a Banda de Amarante apresentava um som poderoso e uma excelente expressividade, inclusive ao nível do contraste de dinâmicas. Saibamos olhar para a Banda de Lousada e aprender com toda a qualidade que têm, uma plena justificação do bom nome que vêm construindo desde há muito tempo, mas saibamos também ver as coisas boas que apresentamos, os bons exemplos que soubemos dar a nível artístico e que temos de manter ou mesmo melhorar ainda mais.
Fica a discriminação das obras de concerto apresentadas por nós:
  • Consuelo Císcar - pasodoble - Ferrer Ferran
  • Guilherme Tell - abertura - Gioacchino Rossini
  • Fate of the Gods - Steven Reineke
  • Marcha Eslava - op. 31 P.I. Tchaikovsky
  • A Volta ao Mundo - Paul Yoder & Harold Walter
  • 76 Trombones - Meredith Wilson/arr.: Naohiro Iwai
Antes da última música, ainda tempo para a procissão solene. Voltava-se depois ao palco para terminar o concerto. A prestação final da Banda captou bem a atenção de quem assistia. Somente três trombones e um som cuidado e, ao mesmo tempo, poderoso. Pareciam mesmo 76...
A despedida trouxe cenas louváveis no relacionamento entre duas bandas com bons conhecimentos - uma marcha em conjunto.

Acabava assim, por volta das 20h00, este serviço. No autocarro continuaria a diversão entre os músicos que queriam somente perpetuar a alegria de uma festa que adoraram fazer.
Obreiros de um bom dia de serviço? A nossa direcção, obviamente. O nosso maestro, que lidou com muitos assuntos, tais como garantir o número suficiente de papéis para toda a gente tocar, reservar lugares num restaurante de qualidade para o nosso almoço, a sua liderança e, claro, a sua prestação artística que viu neste serviço mais frutos de uma boa evolução contínua. O sr. Manuel Teixeira, fervoroso amigo da Banda (pai de Armando Teixeira), que nunca nos abandona nas várias festas e que, nesta em especial, garantiu e ajudou a escolher as fardas que fossem necessárias para quem não tivesse. Os colaboradores que vieram auxiliar, pela sua enorme generosidade e entrosamento. Os executantes de um núcleo duro que se fortalece cada vez mais e que garante a unidade de um grupo que se faz de cada um de nós. Em suma, todos nós que, mais uma vez, soubemos ser Amarante.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Páscoa em S. Gonçalo - Dois quadros

Quadro I
Um ano atípico, no que diz respeito a clima. Chegávamos à Sexta-Feira Santa, dia 2 de Abril e o cenário era mau para quaquer actuação ao ar livre. Chuva miúda, forte, de todos os géneros. Impossibilitava o nosso acompanhamento na procissão fúnebre da morte de Jesus Cristo. Após um pequeno ensaio e a constatação de tais impossibilidades para a ocorrência do nosso serviço, coube ao Director Artístico Fernando Marinho a iniciativa de dirigir um ensaio geral, aproveitando a presença de todo o corpo activo. A qualidade do nosso Director ficou bem patente pela forma como trabalhou a qualidade sonora, afinação e fraseamento das melodias ensaiadas. Com certeza que, após tal trabalho árduo em boa parte do ensaio, a interpretação da peça sobre a qual incidiu grande parte dessa prática foi de um nível já bastante aperfeiçoado. Não foi tempo perdido de certeza. Ir-se-ia ensaiar no dia seguinte novamente, mas uma etapa evolutiva estava assim queimada, em plena hora de serviço.

Quadro II

Chovera caprichosamente nos dias anteriores. Mas, no dia de Páscoa, o Sol voltou a brilhar. O frio inicial, que gelava os dedos, chegou a enganar, mas o resto do dia trouxe um aspecto mais primaveril a esta celebração pascal.
A Banda Musical de Amarante apresentou-se logo de manhazinha na igreja de s. Gonçalo, de modo a acompanhar a Visita Pascal desta paróquia, percorrendo-a até todos os seus limites. Privados de um executante em tuba, Miguel Marinho, por uma lesão na perna e de três outros executantes por motivos profissionais, a Banda apresentou-se com um corpo de músicos bem composto, o que equilibrou o seu som, acrescentando-lhe riqueza tímbrica. Partiu-se então nesta jornada, revendo os trilhos percorridos nos outros anos, adicionando novos, para não discriminar ninguém nesta visita.
A pausa para almoço trouxe nova força aos executantes, para, durante a tarde, subirem ao lugar do Campo da Feira. A partir daí, a caminhada seria em direcção ao mosteiro. Paragem na casa da executante em clarinete Beatriz Monteiro que, tal como de manhã fizera o executante em Saxofone Barítono Agostinho Ribeiro, amigavelmente recebeu os seus companheiros para um pequeno lanche. A visita aos Bombeiros Voluntários, intepretando uma marcha ao som das sirenes é, sem dúvida, um ponto assinalável. Passou-se pelo centro, visitanto ruas e ruelas com as cruzes da Visita Pascal, até faltar somente a caminhada para a igreja. Findou lá o serviço, com a interpretação da marcha "Caçadores do 1", de Amílcar Morais.
Assim, após um dia inteiro a tocar, conviver, brincar e a marchar, a Banda Musical de Amarante terminou a cansativa viagem pela única terra a quem o deve - Amarante. Agradece-se muito a presença dos músicos colaboradores em tal serviço, muitos dos quais iriam repetir a façanha no dia seguinte. agradece-se aos músicos em geral a sua força para enfrentar as dificuldades e garantir o bom ambiente em toda a festa; aos directores, sempre presentes durante o dia, na carrinha que proporcionava mobilidade aos materiais que iam sendo precisos durante o dia; ao director artístico e ao maestro que nos guiaram por esta caminhada, mais um ano.

É muito bonito ver a Banda a passar no dia de Páscoa. Mas as pessoas terão de se lembrar, nos anos que aí vêm, que, se querem a Banda (e mesmo a Visita Pascal em geral), têm que dar dinheiro e outro qualquer contributo que sirva para ajudar. Isso é essencial para a paróquia que paga os serviços e também para a Banda que investe no dia. Também é necessário lembrar que a cidade é muito grande quando palmilhada a passo. Se a Banda não visita uma rua ou um beco que seja, não o faz propositadamente, mas sim por informação mal dada ou por engano. Pedimos desculpa quando falhamos mas também pedimos paciência, pois somos humanos.