Avisos:

A Banda de Amarante vai apresentar-se em Peroselo, Penafiel, para a festa em honra da Nª Srª da Visitação, no próximo dia 7 -- VI Estágio de Verão e Curso de Aperfeiçoamento de Sopros e Percussão (este ano com o maestro José Rafael Pascual Vilaplana) de 19 a 23 de Agosto -- Banda Musical de Amarante - Vencedora do 1º Prémio/III Escalão do IV Concurso Internacional Ateneu Artístico Vilafranquense e Prémio Tauromaquia

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Canções de Liberdade

Desde 1142, os momentos mais importantes na nossa existência como estado e país foram, sem dúvida, o próprio dia da Formação do Reino de Portugal, em 1142, e o dia da Restauração da Independência, a 1 de Dezembro de 1640. Nestas datas, lutámos pela nossa identidade e independência face aos espanhóis, tendo conseguido tal objectivo do qual, aconteça o que acontecer, temos de nos orgulhar.
Mas, não menos importante do que estas duas datas, o 25 de Abril trouxe algo que é de importância máxima para os portugueses: a liberdade. O país viu-se livre do controlo prepotente e de uma terrível guerra. Não obstante às dificuldades que ultrapassemos hoje, às falhas ou sucessos na governação, conquistamos a liberdade no nosso próprio país, sem derramar sangue (excepção feita a quatro vidas tiradas por contra-revoltosos da PIDE). Aqueles capitães que se revoltaram na altura devem ser sempre lembrados como autênticos heróis, comparáveis ao rei D. Afonso, o Conquistador, D. Nuno, o Santo Condestável, Vasco da Gama e outros. Tantos heróis que nos lembram do que é a verdadeira alma portuguesa e que nos ensinam a ter esperança na melhoria dos tempos. Heróis que merecem ser sempre recordados nas suas devidas datas.

Neste ano, 35 anos depois, a Banda Musical de Amarante veio comemorar esses heróis de Abril. Às 16 horas do dia feriado, a Banda apresentou-se em concerto no largo de S. Gonçalo. Após um ensaio de colocação com todos os músicos na sede, seguiu-se para o largo da Igreja do Santo de Amarante. Lá, o palco estava a ser arranjado devidamente para o evento, com a colocação do material de percussão e das cadeiras e estantes. O tempo ameaçava pluviosidade, mas a verdade é que se aguentou, proporcionando boas condições para a realização do serviço. O perímetro enchia-se de pessoas para assistir, acabando por se reunir as condições necessárias.
Na hora seguinte, desenrolou-se o concerto. Num repertório completamente renovado face ao do ano transacto, foi interpretado um programa fiel ao tradicional formato filarmónico, provido assim de pasodoble, abertura clássica e abertura para banda, medley’s e números ligeiros, etc.
Tentando privar por inovar na música ligeira, encantar na música para banda e refinar na música mais erudita, a Banda interpretou as peças com brio e poder, cumprindo os objectivos do trabalho contínuo ensaio após ensaio das últimas semanas; sempre com o trabalho de afirmação e aperfeiçoamento dos músicos caseiros, servindo como base e identidade do nosso som. Solenemente, foi interpretado, no início e no fim, o tema de 25 de Abril, para marcar a data simbólica e histórica. Entre estas duas exposições, foram interpretados os seguintes temas:
- Olé! Contrabandistes – Pasodoble – Ramon Garcia i Soler
- Guilherme Tell – Abertura – Gioacchino Rossini
- Fate of the Gods – Setevn Reinecke
- As 11 Partidas do Mundo – Amílcar Morais
- Canções da Tradição – arr.: Luís Cardoso
- 76 Trombones – Meredith Wilson/arr.: Naohiro Iwai
Recheado de agressividade, poder, delicadeza e popularidade, este repertório permitiu colher boas reacções do público que, fiel como sempre, proporcionou uma boa assistência.

Continuará agora o nosso contínuo trabalho. Há muitos ensaios ainda para fazer e todos os serviços, bons ou maus, só nos devem fazer compreender de que somos capazes e que podemos e devemos trabalhar para alargar os nossos limites. Continuemos então.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Festividades Pascais '09

Um esquisito e indeciso Abril começou com chuva e tempo indesejável. Algo que S. Pedro soube anular, pelo menos por momentos, no fim-de-semana pascal. Nessa sexta-feira fazia um ano em calendário de festividades que a Banda Musical de Amarante voltara ao serviço (cronológicamente tinha sido no dia 21 de Março). Nada mais simbólico no calendário cristão que ter voltado ao trabalho na festa de morte e ressurreição do Messias. No entanto, não era isso o mais importante neste dia. Como Banda que somos, era só mais um serviço, a ser completo com toda a nossa aplicação e capacidade de bem executar.

No adro da Igreja da Sta. Casa da Misericórdia de Amarante, naquele início de noite, a Banda Musical de Amarante apresentou-se ao serviço com os seus elementos "da casa", do qual se pode dar ao luxo de ter em bom número. Sacerdotes, devotos, autoridades e instituições da cidade de Amarante juntaram-se nesta procissão que visa reconstituir e penitenciar o funeral de Jesus Cristo. O célebre e arrepiante instrumento - o qual não sei nomear - pedia o silêncio, e pelas ruas escuras e penitentes da cidade, a formação evoluiu, parando pelas várias igrejas, onde devotos davam uma vénia a Jesus Cristo sepultado e sacerdotes o beijavam. Assim, a romaria fúnebre passou desde S. Pedro, S. Domingos e S. Gonçalo, pelo largo do Arquinho, voltando por fim à Igreja da Misericórdia. Sempre acompanhada pelas marchas fúnebres da Banda de Amarante, a procissão recolheu. Estava prestado o culto e chorado o funeral de Jesus Cristo. Aguardava-se agora a Boa Nova da Ressurreição.

Domingo de manhã, finalmente. À meia-noite já ouviam os foguetes festivos. Naquela manhã, mais uma vez sob o risco de mau tempo, a chuva não se fez sentir - algo que se manteve durante o restante dia. A Banda Musical de Amarante apresentou-se assim bem cedo no Mosteiro de S. Gonçalo, de onde sairia a Visita Pascal para a paróquia. Assim, as cruzes seguiram pelo trajecto já habitual para dar a celebração da vida nova de Cristo às famílias crentes e devotas, sempre acompanhadas da música de desfile da Banda Musical de Amarante. Seguindo pelos caminhos mais difíceis, que já os músicos do passado trilhavam, esperavam-nos onze horas de marcha.
Amigos recebiam-nos em suas casas, onde amavelmente nos ofereciam repasto, ou nos felicitavam e aplaudiam. Passaríamos ainda pelo quartel dos Bombeiros de Amarante, ponto simbólico da caminhada. Passava-se assim o dia. Chegaríamos ao fim cansados e, alguns, lesionados, mas com o sentimento de missão cumprida. Um único percalço seria sentido, com o atraso na visita a uma das ruas de Amarante, devido a falha de instruções dos organizadores da paróquia para a Banda. Aos habitantes nessa rua pedimos desculpa, apesar de nos terem dado mal as informações. Resolvida a situação internamente, seguiu-se para a etapa final em direção ao mosteiro de S. Gonçalo. Saudados pela população e pelo Pe. José Manuel Miranda, interpretamos uma última marcha, Caçadores do 1, de Amílcar Morais. Acabaria assim o nosso contributo para uma das festividades mais importantes do calendário católico - a Páscoa.

Após este duro compromisso, em termos de exigências físicas, temos então a época de romarias. Segue-se um concerto de comemoração da Revolução de Abril. Até lá, espera-nos muito trabalho.