Avisos:

A Banda de Amarante vai apresentar-se em Peroselo, Penafiel, para a festa em honra da Nª Srª da Visitação, no próximo dia 7 -- VI Estágio de Verão e Curso de Aperfeiçoamento de Sopros e Percussão (este ano com o maestro José Rafael Pascual Vilaplana) de 19 a 23 de Agosto -- Banda Musical de Amarante - Vencedora do 1º Prémio/III Escalão do IV Concurso Internacional Ateneu Artístico Vilafranquense e Prémio Tauromaquia

domingo, 25 de dezembro de 2011

Em Dezembro...

Em Dezembro termina um ano - mais que óbvio. Fecha-se um ciclo e ultimam-se preparativos para um outro. Saram-se feridas, orgulha-se das metas atingidas e sonha-se (e preparam-se) os novos desafios.

A Banda Musical de Amarante orgulha-se do seu ano de 2011. Sente-se feliz por ter atingido os seus objectivos, sente-se orgulhosa da sua evolução e sente-se mais madura com tudo o que aprendeu nos bons e maus momentos. Muitas histórias haverão para contar, desde o nosso curso de direcção, o nosso estágio com o grande amigo Rafa, o desfile de bandas que fizemos na Casa da Música do Porto, o serviço com a Banda de Famalicão, uma das melhores do Norte, a invulgar festa em Teixeiró - Baião. Em todos estes momentos, em especial neste ano, muito tempo se pode ter perdido, muito suor nos pode ter escorrido, mas muitas coisas ganhámos, de entre as quais há que destacar uma: um grupo. União foi a palavra chave deste ano que acaba brevemente, com momentos de perfeita sintonia musical, convívio pleno entre amigos e integração de novos elementos que valerá sempre a pena recordar.

Dezembro, o mês corolário, começou com a data mais importante do nosso calendário - o nosso aniversário. A tradição não se perdeu. Desfile pela manhã e um excelente concerto da parte da tarde, com a consagração de mais um valor da nossa casa, a solo, Cristiano Carvalho com uma excelente interpretação de "Blue Bells of Scotland" em eufónio; a recepção de novos elementos, 4 formados na Escola - Tânia Abreu, Margarida Castanheira, Ana Cardoso e João Castanheira - e reforçando o nosso grupo - Daniel Osvaldo e Sérgio Figueiredo. Na nossa Banda faz-se música, são todos bem-vindos e, uma vez integrando o grupo, dele sempre farão parte.

Do concerto propriamente dito, restou uma agradável sensação de arte. Som delicado e bem tratado, afinação cuidadosa, sintonia entre os músicos e um saborear de cada nota que a Banda nunca antes sentiu. Tudo ainda repercutido no dia seguinte, 2 de Dezembro, na actuação em Vila Meã. É um sentimento de conjunto assente em 4 palavras-chave: alma, paixão, elegância e, a mais importante, Amarante. É a sensação de que, nesta Banda, cada um de nós, em conjunto, é sempre mais que um músico. São conceitos-chave para o estabelecimento de uma "casa construída sobre solo duro" que nunca deixaremos "desabar", pois é eterna.

Assim se reforça uma Instituição, a nossa Banda, colhendo frutos e apontando já baterias para o futuro. O novo ano traz novos horizontes, contra um cenário de crise que, de forma impressionante, temos teimado em contrariar dentro da nossa casa. Foi um 2011 cheio de promessas: a Escola funciona em pleno, com potenciais reforços a evoluír, inclusive numa banda juvenil, tendo lançado 4 novos executantes, supra-mencionados; Artur Senhor e Cristiano Carvalho experimentaram e mostraram potencial na experiência da direcção; a Banda produz as suas próprias canções de janeiras, com números novos todos os anos, mostrando-se capaz de produzir novos temas e números musicais a partir de técnicas de composição; fomos capazes de tocar cerca de uma dezena de obras novas apenas neste ano, dos mais importantes autores do panorama de música para sopros, destacando-se o nome de Alfred Reed, Ferrer Ferran, Gustav Holst, Bert Appermont e, um português que completaria 100 anos neste 2011, Duarte Ferreira Pestana. São promessas de potencial que pedem um 2012 com certezas de talento que os músicos anseiam confirmar.
A Banda Musical de Amarante deseja um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo aos seus músicos, directores, sócios e conterrâneos. Deixamos um desejo de que a filarmonia nunca morra e que os bons padrões culturais no nosso país sejam persistentes, pois podem ser, um dia, a última esperança para ultrapassar qualquer crise. Um desejo especial, repercutido quase como um lema pelo nosso maestro, durante todo o ano: "sejam felizes!".

Concertos de 1 e 2 de Dezembro:
  • Hino da Restauração - Abertura Solene*
  • Musica i Poble - pasodoble - Ferrer Ferran
  • Blue Bells of Scotland - Arthur Pryor (Eufónio - Cristiano Carvalho)
  • Seventh Suite for Band - Alfred Reed
  • El Quijote - Ferrer Ferran (Narração - Vítor Maia)
  • Santana, a portrait - arr.: Giancarlo Gazzani**
  • Uvas do Douro - Duarte Ferreira Pestana
  • Hino da Restauração - Fecho Solene*
* Obras interpretadas unicamente no concerto de aniversário a 1/12/2011
** Obra interpretada unicamente no concerto em Vila Meã a 2/12/2011

domingo, 11 de setembro de 2011

Estágio '11

A ambição não deve ter limites. Quando positiva, claro. Não devem haver limites à ambição de passar uma mensagem. É um dos objectivos da Banda Musical de Amarante: passar mensagens com o intuito de provarmos os nossos objectivos e as nossas capacidades. Já passámos inúmeras mensagens, que ilustram os nossos paradigmas: a Banda não é de um só, mas de todos, de Amarante; a evolução constante da música implica um esforço de todos; a união de um grupo com raízes é capaz de tudo, etc.

O Estágio de Verão também aparece como difusor de mensagens. Em primeiro lugar repesca a ideia referente à evolução da música - é constante. Não devem haver barreiras aos desafios que se colocam. A riqueza de repertório dos eventos tem aumentado de ano para ano e, neste ano, o repertório trabalhado trouxe a oportunidade de primar numa evolução nos métodos de
trabalho e novas ideias. Pelo segundo ano, o concerto final baseou-se numa temática - após, em 2010, se apresentar um repertório dedicado ao que de bom se produz na música portuguesa para sopros, neste ano foi apresentado um repertório dedicado às crianças.
Outras das mensagens é a universalidade da música. Rafael Agulló Albors vinha com provas dadas um pouco por toda a parte da sua grande qualidade. E o castelhano, para nós, não constituiu qualquer tipo de barreira para a compreensão da sua mensagem. Pequenos pormenores escondidos atrás de cada nota, rigor e disciplina de trabalho e de palco, saborear a música... Tudo isto aliado a uma simplicidade humana e fluência de boa disposição comparável à sua qualidade percebida pelos músicos que dirigiu: monumental.
Desde o início que o Estágio também cultiva outro paradigma: não há idade, habilitação ou limitação que prive quem for do acesso ao conhecimento. Todos os elementos da Banda Musical de Amarante, em primeiro
lugar, e sem excepção, têm o direito de participar. Aliás, figurando o Estágio no calendário de compromissos, esse direito torna-se quase um dever. Outrora apregoaram que os elementos mais velhos ou com menos estudos não se iriam encaixar. O I Estágio acabou logo com tal falácia, provando o contrário. Desde então, o trabalho, a diversão e o convívio acolhem quem quiser entrar. Esta IV edição alargou ainda mais essa realidade, ao proporcionar o albergue de elementos vindos de longe. O habitual convívio deu uma vida nova às margens tamegãs, com a enchente de pessoas nas esplanadas da rua das Tílias.

Dois concertos traduziram em notas este sentimento colectivo. Mostrou-se qualidade e, acima de tudo, uma acepção de novas ideias que outrora não havia tanto. Saiu-se do evento com uma excelente experiência humana e musical e com vontade de ainda fazer mais.

Estão de parabéns todos: participantes que evoluíram, staff que trabalhou na organização com afinco, professores com nota máxima no âmbito humano e pedagógico, direcção que, quase como progenitores de uma cria, acompanharam o evento todos os dias, responsáveis do centro pastoral e das salas de espectáculo pelo apoio prestado, bem como todos os outros que deram o contributo e todos os presentes que não surgiram como obstáculos à organização.

Programa do concerto final:
  • Children's March - Percy Aldrige Granger
  • Hores D'Estiu - Ximo Cano
  • Children's Suite - André Waignein
  • Toyland Suite - Ferrer Ferran
  • Celtic Child - Bert Appermont
soprano: Elisabete Ribeiro
coro: Escola da Banda Musical de Amarante
(extra)
  • Paquito Chocolatero - Gustavo Pascual Falcó

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Concerto em Fridão

Todas as freguesias de Amarante têm muito a revelar. Seja na sua potencialidade natural, falando das margens tamegãs na Madalena, S. Gonçalo e Cepelos, dos vales escarpados do rio Ôlo em Fridão, Canadelo e Ôlo, ou dos cumes maroneses em Ansiães, Aboadela ou Várzea, entre muitos outros exemplos que nos fariam perder dias e dias a descrever; seja no ímpeto e iniciativas das suas gentes. O nosso concelho revela em muitas das suas terras certames que ganham relevo, tais como as feiras das papas em Ôlo ou S. Veríssimo, o desfile de Bandas em Mancelos ou a feira gastronómica em plena cidade.
Em Fridão realizou-se, no fim-de-semana 12/13/14 de Agosto, a feira de negócios e oportunidades. Esta iniciativa realizou-se com o apoio da Câmara e Junta de Freguesia, bem como da Universidade Católica, promovendo actividades económicas e tradicionais na região. Em suma, uma iniciativa que deve ser aplaudida por trazer um facho de cultura e empreendedorismo, bem como de tradição à zona entre Ôlo e Tâmega.

A Banda Musical de Amarante apresentou-se, então, na noite de dia 12, para abrilhantar o evento com um concerto. Dirigida pelo director artístico Fernando Marinho, a Banda interpretou um repertório ligeiro, direccionado para a população em geral, que podia sentar-se a acompanhar a actuação ou, simplesmente, passear pelas bancadas expositoras. O presidente da Junta de Freguesia de Fridão foi o anfitrião e, o maestro a dirigir acompanhou a audiência com narrações explícitas sobre cada obra, em intervalos oportunos.
A Banda teve que lidar com uma acústica muito seca e um calor aterrador, o que dificultava em muito a afinação. No entanto, o objectivo foi atingido com sucesso e a coesão do grupo vingou, produzindo-se sons agradáveis num grupo com muito trabalho feito e muito entendimento entre os diferentes naipes.

A Banda Musical de Amarante deseja, como nesta vez, ter muitas mais oportunidades para se divulgar pelo concelho, pelo que agrade o convite e promete sempre o seu melhor, seja onde e quando for. Missão cumprida em mais um lindo e precioso pedaço da nossa Amarante.

Programa do concerto:
  • Consuelo Císcar, pasodoble - Ferrer Ferran
  • Fate of the Gods - Steven Reineke
  • Waltz no. 2 - Dmitri Shostakovic/arr.: Johann de Meij
  • Uvas do Douro, fantasia popular nº. 1 - Duarte Ferreira Pestana
  • Santana, a portrait - Giancarlo Gazzani
  • Canções da Tradição, rapsódia - Luís Cardoso
  • 76 Trombones - Meredith Wilson/arr.: Naohiro Iwai

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Casa da Música do Porto - Encontro de Bandas Filarmónicas

No passado dia 30 de Julho, a Banda Musical de Amarante viveu o mais prestigiante dos seus dias. A Casa da Música do Porto é um dos maiores símbolos da "arte escutada" a nível internacional. Qualquer um dos palcos, seja a sala Suggia, a sala 2, qualquer uma das restantes ou a praça - onde se desenrolou este evento - são dos mais honrosos que qualquer artista deseja pisar. A praça, inclusive, já viveu excelentes concertos, passando pela banda de Pedro Abrunhosa à então Orquestra Sinfónica do Porto.

Neste dia, o palco patrocinado pela cerveja Super Bock, recebeu várias bandas filarmónicas. É, aliás, uma iniciativa de grande mérito, pela demonstração de apego à tradicional filarmonia, bem como o cultivar de novas ideias no panorama das bandas filarmónicas. A Banda Musical de Amarante encarou este dia com estes 2 desafios: mostrar a tradição das "orquestras do povo" e dar um passo mais à frente, ao apresentar obras mais arrojadas, ao invés de obras apropriadas somente para romarias.

O trabalho desenvolvido durante todo o mês, em especial na última semana, colheu assim os seus frutos. Com peças absolutamente fora do comum que se viveu naquele dia, bem como outras mais conhecidas, sem esquecer a devida homenagem a Duarte Ferreira Pestana, um ícone da filarmonia nacional que comemora este ano 100 anos.
A reacção da plateia foi de agrado e curiosidade e, se alguns gostaram das novas harmonias e ritmos de alguns números, outros mostraram mais interesse pelo tradicionalismo e simplicidade de outras obras. A Casa da Música cumpriu assim com a sua função de oferecer cultura e agradar ao seu público.

A Banda Musical de Amarante deixa ainda os seus parabéns às congéneres presentes naquele fim-de-semana. Os seus programas e actuações justificaram o convite que receberam e mostraram em que nível se encontra a filarmonia em Portugal e como pode ser uma boa excepção, se enveredar por um caminho de modernidade e se as mentes lusas souberem abrir-se um pouco mais ao que é feito por estas bandas.

Programa do concerto:
Firework - Jan van der Roost
Jericho - Bert Appermont
Waltz no. 2 - Dmitri Chostakovic/arr.: Johann de Meij
African Ritual - Giuseppe Calviño
Uvas do Douro, Fantasia Popular - Duarte Ferreira Pestana
76 Trombones - Meredith Wilson/arr.: Naohiro Iwai

sábado, 2 de julho de 2011

Estágio de Verão '11

NOTA: estão esgotadas inscrições para flauta, clarinete e saxofone, tanto vagas normais como vagas de fila de espera. Todos os outros naipes terão as suas inscrições encaminhadas para fila de espera, à excepção de eufónios, onde ainda subsiste uma vaga por preencher. A Banda Musical de Amarante agradece a extensa adesão nesta edição do evento.

Arrancaram as inscrições para o IV Estágio de Verão e Curso de Aperfeiçoamento de Sopros e Percussão, levado a cabo pela Banda Musical de Amarante. O formulário de inscrição encontra-se já disponível no site. A inscrição pode, também, ser efectuada a partir de correio electrónico, enviando os dados (nome, instrumento, banda de filiação, habilitações musicais, contacto telefónico e de e-mail e opção sobre alojamento) para estagio_verao@bandamarante.com.

Eis, então, a informação sobre o Estágio de Verão:
Banda Musical de Amarante - 16 a 19 de Agosto de 2011
Maestro Convidado - Rafael Agullo Albors
Direcção Artística - Fernando Marinho
Maestro Assistente - Armando Teixeira

Flauta - Manuel Fernando Marinho
Oboé - Paulo Areias
Fagote - Gabriel Fonseca
Clarinete - Hélder Gonçalves
Saxofone - Hugo Marinheiro
Trompete - João Bentes
Trompa - Hélder Vales
Trombone - Júlio Sousa
Tuba e Eufónio - Jorge Fernandes
Percussão - Isabel Silva

Programa a trabalhar: "Uma história de meninos"
- Children's March,"Over the Hills and Far Away" - Percy Aldridge Grainger
- Toy Symphony - .Leopold Mozart/Arr. Rafa Agulló Albors
- A Children Suite - André Waigneim
- Toyland Suite - Ferrer Ferran
- Celtic Child - Bert Appermont

Preço de inscrição:
- €50
Engloba as aulas, ensaios e refeições. Para a inscrição com alojamento incluído, contactar a organização.

Mais informações nos sites:
http://www.bandamarante.com/
http://bmamarante.blogspot.com/
http://www.facebook.com/event.php?eid=197612470286117

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Festa de S. João - Gatão

Felizmente o Portugal profundo não desapareceu ainda. Àparte da bruma covarde e assassina dos incêndios florestais, há sempre a saudade do calor infernal, das festas na aldeia, dos grupos de bombos e tendas-bar, das tendas de bolos e das procissões. A freguesia de Gatão ainda respira esse Portugal. No passado dia 26, fê-lo de uma forma inovadora e genial. A grande diferença - mentalidade. Para quê começar uma festa às 8 da manhã e prolongá-la 12 horas? Há que notar que, em outros locais, isso funciona. No entanto, o historial da Banda de Amarante revela muitos eventos e ocasiões em que a Banda - e outros grupos de entretenimento - fora convocada bem cedo para tocar para... Ninguém; em que só lá para a hora da procissão é que se reunia um volume considerável de gente, sem qualquer atenção pela actuação do nosso grupo. Enfim, protocolos com anos de estabelecimento.

Em Gatão, nas festividades de S. João, o povo ofereceu muito mais que simples protocolo. A presença da Banda Musical de Amarante foi requerida pelas 16h00. Às 15h00 já um grupo de músicos se encontrava no local, preparando o palco para o concerto. A Banda daria depois a entrada, desfilando desde a antiga estação de caminhos de ferro até à igreja. Seguiu-se o concerto. Aí, a festa demarcou-se de muitas outras.
Há que notar que a Banda marcou a diferença. No nosso plano em especial, refira-se que, ao nos apresentarmos apenas com músicos da casa, 34 músicos compuseram o quórum e a qualidade com que tanto se insiste durante os ensaios não saiu abalada mesmo debaixo de um calor infernal como aquele. A Banda tocou bem, sem erros a se lhe apontar e o público manifestou interesse, colando a sua atenção no concerto, à medida que o terreno em volta da igreja se enchia de gente. É, afinal, para isto que existem as bandas filarmónicas: entreter o povo, fazer a festa - são, no fundo, as "orquestras do povo".
Seguiu-se a procissão, dando-se no final lugar à despedida. Uma festa pequena, mas trabalhosa terminava então. Mas ficava um sentimento de orgulho pelo nosso desempenho, gratidão pelo feedback do povo e, obviamente, algum cansaço, mais até pelas condições naturais. Mas o serviço cumpriu-se com o nosso melhor, e isso ficou visível.

Mudam-se assim mentalidades. Enquanto alguns optam por manter as festas de um dia inteiro, contratando as bandas mais baratas que se possa encontrar, Gatão achou melhor fazer uma festa de horas, mas que, naqueles espaço de tempo, reunisse povo para se entreter com as atracções e não insistir no desconforto que foi a temperatura do dia, podendo assim não se preocupar tanto com o dinheiro a dar pelos grupos contratados. Uma abordagem diferente, no fundo mais confortável e gratificante para nós.
O caminho da Banda Musical de Amarante leva-a, agora, até ao Porto, à Casa da Música. Várias outras colectividades filarmónicas lá estarão, mas o nosso objectivo é primar pela diferença, levar ao certame algo mais que música de romaria. O desafio está lançado - ultrapassarmo-nos a nós próprios.

Programa do concerto em Gatão:
Mar i Bel, fantasia - Ferrer Ferran
Ross Roy - Jacob de Haan
Abba Mia - arr.: Luís Cardoso
Xutos Medley - arr.: Luís Cardoso
Santana, a portrait - G. Gazzani

terça-feira, 28 de junho de 2011

Corpus Christi '11

Desde a reformulação do ano de 2008 que a Banda Musical de Amarante nunca teve uma época tão virada para si mesma. Neste ano de 2011, a primazia foi dada ao trabalho dentro de portas. Planearam-se dois estágios (um de direcção e outro de banda) e um concerto prestigiante na Casa da Música do Porto - dois motivos fortes para esta atitude progressiva. No entanto, o espírito filarmónico e romeiro de uma banda não foi esquecido. Nesse aspecto, o Verão da nossa Banda planeou-s
e em três etapas:
  • Junho, como mês festivo, com várias romarias no calendário.
  • Julho, dedicado exclusivamente à preparação do concerto na Casa da Música, de modo a preparar um programa de palco diferente para o Encontro de Bandas.
  • Agosto, o mês do Estágio de Verão, que procura um novo patamar (com espaço, também, para algumas romarias, entretanto marcadas).
Eis que Junho já vai quase no fim, e já alguns serviços foram executados, com dedicação e qualidade. O serviço do feriado do Corpo de Deus revelou em plenitude os frutos do trabalho árduo focado na nossa evolução.

A Banda Musical de Amarante apresentou-se ao início da tarde, desfilando pela rua principal da cidade até ao Mosteiro de S. Gonçalo. Aí era esperada pelos muitos amarantinos que aguardavam o concerto. Alguns contratempos atrasaram, admita-se, o seguimento da actuação, mas houve espaço para mo
strar calmamente a nossa performance. O concerto revelou a qualidade de som da Banda, bem como a fusão de timbres, importante numa formação que não desperdiça nunca a oportunidade de apostar na riqueza tímbrica. A evolução técnica está também à vista, pelo que foi estreada uma nova obra - uma transcrição de uma abertura para orquestra (género de mais difícil interpretação, por norma).
A procissão, após a cerimónia litúrgica, fechou a festividade.

A Banda mostrou que sente o peso das letras que ostenta ao peito - AMARANTE. Está ao nível de qualquer desafio e sente que o que atingiu foi excelente, sem dúvida, mas que o caminho está longe de se encontrar terminado. Os músicos da Banda Musical de Amarante assumem desafios e estão prontos para evoluir, pela sua terra.

Programa do concerto:

domingo, 19 de junho de 2011

Festas da Cidade 2011

As festas fazem bem à nossa cidade. Faz bem o cheiro a farturas, faz bem o eco dos grupos de bombos, faz bem o enfeite das iluminações à noite, faz bem a batida dos carrocéis, faz bem o estrondo do fogo-de-artifício... Um ano passa entre cada edição das Festas da Cidade e a espera vem com ansiedade de voltar a sair à rua, fazendo a caminhada desde sta. Luzia ao Arquinho e às Tílias, parando nas barraquinhas ou nas roulottes, no largo de S. Gonçalo para ver os bombos, a fanfarra ou as bandas, ou nos mini-espectáculos de música com timbres americanos na flauta de pan.

A Banda de Amarante salienta esta data no seu calendário. As Festas do Junho, a romaria a S. Gonçalo, são um dos serviços principais de todas as épocas. O trabalho foi árduo e a confiança era muita, pois, acima de tudo, confiamos em nós. Assim, no dia 4 de Junho, a Banda saiu à rua, desfilando pelas principais artérias, seguida de uma congénere de peso - este ano, a organização da festa garantiu a presença da Banda de Famalicão, uma das mais consagradas formações filarmónicas do norte do país, com reconhecimentos vários. O ambiente não podia ser mais próximo. Vários são os músicos que, vinculados à nossa Banda, colaboram também com a de Famalicão, e vice-versa. Desde colaborar em serviços, concursos, aulas, o ambiente de filarmonia entre estas duas bandas tem produzido frutos e o despique não poderia ser mais agradável para os músicos; para não falar que o maestro da Banda de Famalicão é um filho da nossa terra, ocupando um cargo directivo na nossa Banda, bem como o cargo de Director Artístico, a posição mais próxima da do nosso maestro Armando Teixeira. Amarante pôde, então, orgulhar-se não só da sua Banda, bem como do excelente trabalho de Fernando Marinho, ali revelado aos ouvidos dos simpatizantes de filarmonia da nossa cidade.
A tarde e a noite foram, assim, preenchidas por duas bons concertos, protagonizados por estas duas bandas. A Banda de Amarante deu-se ao luxo de estrear duas novas peças (e uma outra no dia seguinte) num concerto a par com outra banda, para mais com o prestígio desta. Sem medo, com alma e com a música a sair do mais profundo de cada um dos seus músicos, a Banda Musical de Amarante mostrou que está num bom nível, que trabalha, que não olha a quem está ao seu lado. Toca, e soa muito bem. O som revela-se muito mais suave, o equilíbrio de dinâmicas está à vista e a sincronia com a direcção do maestro caminha no bom sentido. Os músicos podem-se sentir orgulhosos de si próprios.

Domingo reserva uma celebração mais sacra das Festas. É o dia da procissão. A acompanhar a Banda Musical de Amarante, esteve presente a Banda de S. Martinho de Mancelos. A tarde reservou mais um concerto com bom nível, seguido da procissão solene, sonorizada pelas duas formações.
No final da procissão, terminava o contributo da Banda Musical de Amarante. Nas pernas levavam o cansaço de dois dias. Nos lábios a pressão de tanto tocar. No coração levavam Amarante como missão cumprida.

Neste ano, não houve o tradicional jogo de futebol no Sábado de manhã. Em vez disso, os elementos da Banda juntaram-se a preparar o seu palco para as festas.

A Banda soa bem, mostra música nova e irreverente, com dissonâncias e obras com história e programa. A Banda não tem medo de errar e une-se nos momentos mais difíceis. A Banda não tem medo de se divertir. Caminhamos no sentido que desejamos. Venha mais...

Eis o programa dos três concertos:
Sábado (tarde):
Consuelo Císcar, pasodoble - Ferrer Ferran
Poeta e Aldeão, abertura - Franz von Suppé
Fate of the Gods, abertura para banda - Steven Reineke
Uvas do Douro, fantasia popular nº. 1 - Duarte Ferreira Pestana
Pela Lei e Pela Grei, marcha - Raúl dos Santos Cardoso

Sábado (noite):
Hispânico, pasodoble - Nuno Osório
Guilherme Tell, abertura - Gioacchino Rossini
Jericho, abertura para banda - Bert Appermont
Santana - a portrait, medley - Giancarlo Gazzani

Domingo (tarde):
Musica i Poble, pasodoble - Ferrer Ferran
Marcha Eslava, abertura - P.I. Tchaikovsky
Xutos Medley - Luís Cardoso
Canções da Tradição, rapsódia - Luís Cardoso

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Actualização

A Banda Musical de Amarante não se apresentou ao vivo no dia 1 de Maio passado. Motivo? Imprevisibilidade do estado do tempo. Ora chovia, ora havia uma aberta no céu. As condições não eram as melhores e, em boa verdade, este cenário foi recorrente no mesmo dia em situações de outras colectividades filarmónicas que se iam apresentar ao vivo também. Menos uma efeméride no calendário? Nem por isso.

A Banda estuda, neste momento, o melhor dia para a marcação desse mesmo concerto, não se avaçando para já com datas, mas assegurando que todos os esforços estão a ser feitos no sentido de conferir à nossa terra a actuação que ela merece. No entanto, aproxima-se, de forma rápida, uma das datas mais importantes do calendário: as Festas da Cidade.
Neste ano está prevista a presença de uma das melhores bandas da região, em mais uma de muitas provas de que a Câmara Municipal de Amarante nunca vacila no que diz respeito a garantir aos cidadãos a melhor qualidade cultural. No Domingo a festa é 100% caseira, com a presença da Banda de Mancelos, uma congénere do nosso conselho, que orgulhosamente recebemos todos os anos, tal como em alguns anos eles nos recebem na festividade de uma terra extremamente afecta a eles (Figueiró).
Esforços são feitos todos os dias na nossa sede, com vista a melhorar cada vez mais a nossa qualidade e organização.
  • Começando pela última: todos os Sábados, pela tarde, uma equipa de elementos trabalha afincadamente na reorganização do arquivo musical da Banda. É uma tarefa que requer muito tempo, pelo que é necessário filtrar o arquivo de outros tempos, seleccionando o que deve figurar no arquivo museu, o que se deve manter no arquivo actual e o que simplesmente não tem qualidade. É, também necessário, organizar ainda melhor todo o material debitado há já 4 anos, muito em jeito de emergência que se fez sentir numa altura em que era preciso fazer renascer a Banda, garantindo também que todos os executantes têm acesso às diferentes partes de todas as peças.
  • A escola da Banda vive dias plenos de actividade. Estando o nosso maestro Armando Teixeira encarregue da organização desta, conta com a presença nos trabalhos dos elementos com mais habilitações do corpo executante, bem como dos elementos mais antigos. Isto pela necessidade, não só de ensinar aos meninos a música da forma mais diversificada e acertada, mas também de lhes ensinar o que é ser Amarante e o que é ser Banda de Amarante.
  • Os ensaios são o processo mais importante. Todas as semanas a Banda reúne-se e pratica exercícios de conjunto, reavivando depois as obras do seu repertório, juntando as novas que este ano se têm ensaiado.
Eis o trabalho que os elementos têm desempenhado, não só por si, mas pela Banda e por Amarante. Novos desafios virão e, ao nosso peito, viaja sempre connosco o nome da nossa origem, seja nos claustros da C.M.A. no próximo Estágio de Verão, seja na Casa da Música do Porto em fins de Julho. Amarante vai estar bem entoada nesses momentos.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Páscoa 2011 - Três quadros

Há tradições que não devemos nunca terminar e que devemos dedicar-nos a elas, por muito desagradáveis que sejam, por muito trabalhosas que pareçam, por muito pouco musicais ou artísticas que se nos aparentem. À cidade de Amarante devemos tudo, incluindo a nossa existência e identidade. Somos a Banda Musical de Amarante, uma cidade que não foi a mesma sem nós, naquele curto período de existência em que fechámos as portas; uma cidade que chorou no nosso regresso, ironicamente na Páscoa de 2008. Assim, por esta terra que inscreve o seu nome nos nossos casacos e camisas, e nos nossos corações, que nos deixa saudades quando estudamos no Porto ou em Aveiro, trabalhamos em Lisboa ou no Algarve ou emigramos para a Suiça; por esta terra devemos sempre superar-nos, dedicar-nos com todo o coração, aguentar o esforço mental e físico que os desafios nos apresentam e ser rigorosos naquilo que fazemos. É com tal mentalidade, a de sermos amarantinos e darmos valor a isso única e simplesmente pela cidade que nos viu nascer, que nos devemos apresentar para um serviço artisticamente ingrato e penoso como as celebrações da Páscoa.

Começando pela Sexta-feira Santa, primeiro momento das celebrações pascais que adornámos neste ano. Às 21h00 o cortejo fúnebre saiu da igreja da Santa Casa da Misericórdia de Amarante. Devotos amarantinos dão um simbolismo e profundidade imensos à romaria, um silêncio aterrador constrói um carácter em sintonia com a ocasião. A isto tudo junta-se a sequência musical que a Banda confere. Ao som das marchas fúnebres "Alma Máter" e "Solidão", num toque seco de caixa, com uma enorme sensibilidade de dinâmicas e suavidade de som, os músicos da Banda Musical de Amarante ofereceram uma banda sonora intensa, pautada também com silêncios bem calculados, de forma a não tornar a procissão num "chapar" de temas, que cansariam executantes e espectadores. Uma noite agradável, com uma procissão carregada de fé, num escuro algo luminoso (ainda assim) e místico das pedras das igrejas que fazem parte do itinerário, numa bruma tamegã que embalava os presentes e conferia uma agradável temperatura. Ingredientes que viram uma noite perfeita ser apenas contrariada por um estabelecimento que sentiu necessidade de ter umas luzes um pouco mais ligadas que os restantes. Uma noite perfeita completamente estragada pelas sirenes de alarme e pela correria desenfreada dos veículos dos Bombeiros Voluntários de Amarante em emergência. Acabava de ocorrer uma tragédia em Vila Chã do Marão - um carro abalroava uma procissão de fé, ferindo várias pessoas e vitimando, ao que consta, outras duas de forma mortal. Um ponto final negro numa noite de vigília e de lamento cristão.

No Sábado, a Banda optou por não parar. Era tempo de trabalharmos aspectos importantes: união e arte. A união aperfeiçoou-se "em campo, dentro das 4 linhas". Os elementos da Banda pisaram o pavimento do pavilhão desportivo de Amarante, em S. Lázaro, para uma partida de futebol entre amigos. Um momento de convívio que tem sido símbolo do divertimento entre os músicos, perpetuado em dias importantes como têm sido, noutras ocasiões, as festas da Cidade e o Estágio de Verão. Desta vez a Páscoa também teve direito a esse momento, antes ainda de um ensaio geral. Aí, trabalhou-se a vertente artística. A sala de ensaio encheu-se para aperfeiçoar a interpretação das mais recentes obras do nosso repertório. Os músicos sentem hoje mais vontade de estar presentes e trabalhar. Dizemo-lo sem problema algum: tocamos obras difíceis e estimulantes e tocamo-las bem. A Banda encontra-se como uma só em palco (em ensaio, para já) e, de fora, diz quem sabe, soa bem. É o que queremos: não parar por aqui, mas sim passar por aqui num caminho que queremos percorrer sem parar - o caminho de nos melhorarmos a nós próprios.

No Domingo vinha a parte mais dura. Deveríamos, como em todos os anos o fazemos, acompanhar a Visita Pascal pela paróquia de S. Gonçalo de Amarante. A boa-nova da Ressurreição fez-se acompanhar por música de desfile. As casas estavam cheias de famílias para receber a Palavra e aplaudir a Banda.
Começou-se bem cedo, no Mosteiro de S. Gonçalo, onde as equipas e a Banda receberam as instruções do pároco e se fizeram ao caminho, pelo trajecto habitual. Pelo meio as pessoas a saudar o desfile, a oferecerem brindes aos músicos. Do lado de dentro da formação um convívio e boa disposição. Fez-se o caminho desde o centro histórico, pela zona marginal conhecida como Baseira, subindo à zona onde se encontram as escolas públicas, continuando até à partilha com a freguesia de Gatão, atravessando até à estrada nacional 15. Um caminho duro mas conseguido com brilhantismo, sempre acompanhados pelo som das campainhas de compasso, apesar da intensa pressão para andarmos mais rápido - mesmo tendo encolhido tempos conseguidos nos últimos anos.
Durante a tarde o cenário complicou-se. E nós, músicos, devemos ser os primeiros a apontar o dedo. Amarante tem o nosso pedido de desculpas pelo atraso no reinício. Foram curtos minutos, mas o suficiente para choverem críticas, seja de gente que só saber fazer isso (criticar) ou de pessoas que, com razão, se sentiram lesadas. Podemos culpar o trânsito ou os semáforos vermelhos em sequência. Mas atrasámos a saída e, hoje, devemo-nos sentir mais orgulhosos ainda de sermos amarantinos pois, apesar de tudo isso, o largo de S. Gonçalo manteve-se cheio de pessoas, sem perder a vontade de esperar pela nossa saída, até começarmos a desfilar rua acima. É sinal de que hoje somos admirados pela qualidade e não por sermos muitos em quantidade e termos muitas festas (o que até está a mostrar-se um cenário em franca melhoria) - mas também é sinal que somos uma instituição de uma cidade que nos respeita e ama, que espera por nos ver tocar e gosta do que vê e, acima de tudo, ouve. É esta qualidade que devemos trabalhar para conquistar os nossos concidadãos, uma conquista que é provada em momentos como este que, no meio de um desleixo nosso, acabou por ser positivo.
A Banda seguiu, então, a caminho do Campo da Feira, para depois descer ao quartel dos Bombeiros e seguir por sta. Luzia até regressar ao mosteiro. Foi duro, há que dizer. Estivemos sempre à beira dos compassos e acusaram-nos de atraso, choveu, protegemos o nosso instrumental e acusaram-nos de desrespeito por não tocarmos para as pessoas. São perjúrios de quem não compreende que somos uma só formação para 7 equipas de compasso e que tocar naquelas condições seria igual ou pior que colocar o órgão de tubos do mosteiro debaixo de "só umas pinguinhas". É isto que torna o serviço ingrato mas que, com a liderança firme de maestros e directores, permitiu que fizéssemos o nosso caminho até ao fim, com êxito, imunidade à pressão e premiados de aplausos pela nossa "casa irmã" que fica no quartel dos Bombeiros Voluntários, na sempre bonita cerimónia de tocar ao som das sirenes sob o cenário da multidão à volta da cruz de serrim.

Terminaria toda a celebração no início da missa, com uma marcha no interior da igreja. Mais uma Páscoa, a grande maratona que ensina humildade a quem desta Banda faz parte. Os parabéns a toda a organização por parte da paróquia e, acima de tudo, aos músicos da Banda pelo empenho. O desejo de boa sorte à nossa congénere da Lixa para o serviço, ainda mais puxado, do dia seguinte, na paróquia de S. Veríssimo. Os agradecimentos a quem nos recebeu no calor dos seus lares, especialmente para os executantes Agostinho Ribeiro e Beatriz Monteiro que, apesar de tudo, muita "ginástica" fizeram para estarem a tocar na Banda, receberem a Visita em suas casas e ainda receberem, também, os seus colegas para o convívio com bebidas e doces.

O trabalho continua, com a preparação de um concerto. Lutámos contra o clima, a resistência física, a pressão do evento e contra nós próprios. Mas, por uma cidade que o merece, estivemos à altura e prometemos igual ou melhor esforço e dedicação para este próximo concerto que queremos oferecer a Amarante, no próximo dia 1.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Inovando

Os meses de Janeiro e Fevereiro de 2011 ficam marcados na história recente da Banda Musical de Amarante. Acima de tudo pelo conceito de inovação que. Foi neste período que demos largas a mais um evento pedagógico e musical com sucesso e que foram eleitos os corpos directivos para os próximos três anos.

Começando pelo I Curso de Direcção de Banda, o primeiro curso do género na região - desde um curso promovido pelo INATEL há cerca de 30 anos. Há que referir que o sucesso do evento ultrapassou a expectativa. Foram 10 participantes, 3 deles como ouvintes, em busca de ensinamentos do nosso director artístico. Um trabalho árduo para a Banda, que serviu de ferramenta de trabalho para os maestros. Era necessário repetir várias vezes a mesma obra ou trecho, não para uma correcção à Banda, mas sim ao aprendiz de maestro, na sua técnica, expressividade e movimentos. Era necessário, sempre que havia uma solicitação para se parar de tocar, parar mesmo, de modo a que se perdesse o mínimo de tempo nos ensaios. A Banda - bem como o quarteto do segundo dia de trabalhos - correspondeu da melhor forma, respondendo a cada movimento de cada um dos diferentes maestros, de modo a estes se darem conta da sua evolução e dos seus erros. O produto final resultou num concerto na sede da Banda, onde cada participante teve direito a dirigir uma obra. Bons momentos musicais que mostraram aos espectadores o fruto do trabalho durante os dias, com realce especial para Artur Senhor e Emanuel Silva, elementos da Banda que se apresentaram a dirigir neste concerto. Os parabéns a eles e seus colegas no curso, pela experiência que ganham e conferem também à Banda - enriquecida pela diversidade de experiências de direcção em apenas 3 dias; os parabéns a todos os músicos que, durante o evento, mostraram ter as obras preparadas de modo a não ser necessária correcção à Banda, num tempo dedicado principalmente às técnicas de direcção. Os parabéns à organização e ao nosso director artístico, Fernando Marinho, pelo sucesso do evento.

No início de Fevereiro, teve lugar, desta vez, o importantíssimo processo de eleição dos corpos directivos para o triénio seguinte. Passados três anos da tomada de posse da anterior direcção (a 8 de Fevereiro de 2008), tal como precisa a lei, foram eleitos os directores para os próximos anos.
Desta eleição resultou a continuidade da direcção que estava ao serviço, com adição de dois novos elementos, como um sinal de estabilidade, tendo sido a única lista a candidatar-se.
O corpo musical da Banda de Amarante reitera o seu apoio a esta direcção pelo seguinte número de razões:
  • Qualidade: de todas as opções para maestro que foram tidas em conta, nenhuma reunia consenso entre os músicos, senão Fernando Marinho, com uma qualidade reconhecida no universo filarmónico e um currículo que fala por si. A sua agenda extremamente complicada, dividida entre Lisboa e Porto não impediu que pudesse colaborar com a Banda, ao contrário de quaisquer outras opções, ainda assim fixadas a Norte. A aposta no maestro Armando Teixeira e na sua evolução revelou-se importante e hoje colhemos os frutos da simbiose entre os dois, não conhecendo limites na nossa vontade de evoluir.
  • Projecto: num cenário de crise, optar por serviços de romaria com orçamentos baixos, arriscando assim a saúde financeira da Instituição em compromissos que não o justificam, ficou entendido entre os músicos como algo dispensável. O trabalho desenvolvido em busca de uma qualidade sonora implica requisitos ao nível do número de músicos e diversidade tímbrica. Assim sendo, em vez de se optarem por festas, com baixos orçamentos e com um número reduzido de músicos só para preencher o calendário, o projecto passa por objectivos pedagógicos e evolutivos, onde se inserem agora dois cursos e estágios. Desta forma, realça-se que uma banda filarmónica persegue qualidade musical e não divertimento festivo. No entanto, cada vez mais compromissos têm surgido no calendário, a grande maioria agradáveis e com boas bandas congéneres.
  • Renovação: a direcção eleita vinha-se focando na aposta nos jovens valores da terra, de modo a reconstruir a Banda a partir da sua escola.
  • Estabilidade financeira: a grande dívida que os directores anteriores a 2008 arduamente trabalhavam para apagar, está completamente debelada. Aliás, os últimos relatórios e contas mostravam antes saldo positivo. Como expresso no ponto acima, os músicos apoiam a escolha consciente dos compromissos no calendário se se traduzir na saúde financeira da Banda e na boa qualidade das condições para a execução musical.
São alguns dos motivos que agradam e muito ao corpo musical. Alguns executantes houveram que divergiram com esta filosofia mas que, por serem poucos, se afastaram da Banda - a quem nós respeitosamente guardamos pena de não contar com a sua presença.
Apesar da continuidade, a palavra inovação aplica-se aqui também, pois há objectivos atingidos mas há, também, objectivos a alcançar - a incessante busca de nos melhorarmos a cada ensaio e concerto. Os sócios escolheram e mantém-se o projecto.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Festa a S. Gonçalo de Amarante

Em 2009 a data era redonda - 750 anos. No ano passado, a efeméride contou com a presença de uma estação de televisão e, mais importante ainda, do bispo do Porto, D. Manuel Clemente. Neste ano, a paróquia de S. Gonçalo requisitou serviços mínimos da Banda, mais por barreiras financeiras. Os músicos teriam que se deslocar à igreja, no final da celebração dominical, para intepretarem o Hino a S. Gonçalo.

Neste dia, 16 de Janeiro de 2011, pode-se muito bem fazer uma demonstração do que é trabalhar hoje na Banda Musical de Amarante. Poder-vos-ia contar que a Banda se apresentou, por volta das 11h45, à porta do mosteiro de S. Gonçalo, afinou e interpretou o Hino a S. Gonçalo. Seria mentira. O plano de trabalhos começou às 10h30. Na sede da nossa Banda, os músicos reuniram-se para, primeiro de tudo, aperfeiçoar a interpretação. Contando apenas com o corpo conterrâneo, praticou-se a interpretação e musicalidade da Banda, de tal forma que, já no fim do mini-ensaio, a naturalidade com que o Hino era interpretado denotava a naturalidade com que a sensibilidade dos músicos saía durante uma obra. Tudo num trabalho contínuo, que apenas encontrou prolongamento nesses minutos em que os músicos encontraram sinergia na sala de ensaio. O mais importante estava então conseguido.

Desta forma, agora sim, pelas 11h45, os músicos da Banda apresentaram-se ao serviço, na entrada do fundo do mosteiro de S. Gonçalo, para interpretarem o Hino a S. Gonçalo de Amarante, após o cântico de comunhão da missa dominical, como parte da cerimónia. Foi um pequeno momento de devoção por parte dos músicos amarantinos, de uma Banda que não esquece nunca as suas inspirações - Amarante, S. Gonçalo e os amarantinos - dedicando a esta cidade que a viu nascer, não só concertos solenes, mas também pequenos momentos de arte musical.

Coincide esta data com a integração no corpo musical de mais um elemento: Daniel Silva junta-se à Banda Musical de Amarante, em saxofone tenor. Seja bem-vindo à nossa família, que fique com muitos anos e que encontre aqui um complemento à evolução da sua qualidade, bem como uma oportunidade de, com ela, contribuir.

Os órgãos de comunicação e divulgação da Banda Musical de Amarante aproveitam também para dar a conhecer mais uma iniciativa pioneira na nossa região: o I Curso de Direcção de Banda, dirigido pelo nosso director artístico e maestro do Grupo Recreativo e Musical Banda de Famalicão - Fernando Marinho. Entre os dias 28, 29 e 30 de Janeiro, decorrerão aulas de direcção e ensaios, nos quais a Banda de Amarante será o instrumento de trabalho dos alunos de direcção. O concerto do dia 30 será o corolário do evento. Mais informações serão conhecidas nos próximos dias.