Avisos:

A Banda de Amarante vai apresentar-se em Peroselo, Penafiel, para a festa em honra da Nª Srª da Visitação, no próximo dia 7 -- VI Estágio de Verão e Curso de Aperfeiçoamento de Sopros e Percussão (este ano com o maestro José Rafael Pascual Vilaplana) de 19 a 23 de Agosto -- Banda Musical de Amarante - Vencedora do 1º Prémio/III Escalão do IV Concurso Internacional Ateneu Artístico Vilafranquense e Prémio Tauromaquia

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Cantares dos Reis 2008/09

A tradição mantém-se e cumpre-se. A Banda "renovada" recupera tudo o que de melhor teve o passado. E a tradição das Boas Festas não foi excepção. As saídas nocturnas para saudar os amigos e colaboradores começaram e prolongar-se-ão, dando total significado à expressão do "Natal quando um homem quiser".

Somos recebidos nas mais variadas casas, cantando e tocando duas canções, as nossas Boas Festas e o "Hino da Escola da Banda", gozando de um acolhimento caloroso por parte dos anfitriões, com os quais confraternizamos e os quais nos dão um grande e importante apoio.
Lançamo-nos em serviço menos formal, descomprimindo ao final de dias (alguns) difíceis, brincando e convivendo uns com os outros sem a farda da nossa "equipa", representando um grupo de amigos, como outros tantos, que cumpre uma tradição de Natal.

A todos os que nos receberam e vão receber, agradecemos o apoio e o carinho. Saibam que, a cada casa que vamos saudar, queremos levar não mais que um gesto de alegria e de amizade.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Época de festividades 2009

Lá vamos nós voltar ao trabalho. Apesar de a época 2009 ter tido o seu "arranque oficial" no passado dia 11 com as festividades a S. Gonçalo, esta festa foi como que uma continuação à época anterior, não só pelo repertório que continuamos a executar, mas como o trabalho que vínhamos a desenvolver. Agora será diferente.

Surge um hiato de festas no qual trabalharemos novo repertório para o Verão que se avizinha. Sim, faltam uns meses, mas trabalhando nem damos pelo tempo passar. O objectivo, como de costume, é ter prontos três concertos, de acordo com os vários tipos de obras característicos do estilo filarmónico, de modo a termos um largo leque de opções para os serviços em que iremos nos representar.

Assim sendo, é-vos pedido que se apresentem regularmente nos ensaios que se vão marcar de aqui para a frente, a começar com o de sábado dia 24 de Janeiro, onde inclusivé será dialogado com os músicos o novo projecto para 2009, olhando já para as festas marcadas, as quais podem verificar no lado direito desta página.

Não se esqueçam da filosofia e amor presentes desde que tudo isto (re)começou. Não se esqueçam a responsabilidade que é envergar a camisa desta ou de qualquer outra instituição - nem é uma obrigação nem um hobbie mas sim uma responsabilidade.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Os harmoniosos homens das neves

Estava "um frio de rachar" no passado fim-de-semana em Amarante. Imaginem só, há décadas que não sucedia, mas naquela data nevou em Amarante. Não falo de neve nas montanhas nas redondezas. Refiro-me a neve no vale, na cidade - algo que, de resto, aconteceu no resto do norte português. Tudo isto transformou a cidade num autêntico congelador natural. Já para não falar nos acessos, cuja grande parte se encontrava impossibilitada. Um simples nevão, até nem muito pesado, congelou de todas as maneiras o norte do país. Mas isso é outra história. Pelo menos a imagem que os olhos captavam não enganava. Simplesmente magnífico o aspecto. Se à noite os montes reflectiam uma luz azul, de dia o tapete branco harmonizava o aspecto da cidade. É, sem dúvida, um fim-de-semana que não se esquecerá tão cedo, por tudo isto.

Ora, nesse mesmo fim-de-semana, comemorava-se o 750º aniversário da morte de S. Gonçalo, o padroeiro da cidade de Amarante. Há já alguns anos que a Banda de Amarante não se mostrava nesta festividade, por motivos de ordem maior. Mas, nesta ocasião em que a data era mais redonda, fizemo-nos à rua, ignorando a neve ou o frio, cumprindo o nosso dever..
A manhã foi dedicada a ensaiar. O concerto a dar durante a tarde foi visto e revisto, sob a orientação dos maestros, de modo a ultimar e a afinar o nosso desempenho nesse dia. A parte da manhã, consistindo somente nesse ensaio e, posteriormente, num arruado pela cidade, só contou com os músicos ditos da terra (salvo raras excepções). Estava muito difícil juntar executantes que se encontravam nas mais diversas zonas do norte, com objectivo de chegar a Amarante. Mas, contra todos os impedimentos, as suas respectivas deslocações foram efectuadas e a Banda pode contar com o seu corpo na máxima força.

Assim, por volta das onze horas desse domingo dia 11, a Banda iniciou o arruado, desde sta. Luzia até ao largo de S. Gonçalo, ao som das marchas "Homenagem ao Dr. Manuel Vaz" e "Manuel Joaquim de Almeida". À chegada ao destino, silêncio pois decorria a celebração da missa, naquele dia em honra do santo padroeiro. Assim que solicitada, a Banda entrou na capela do mosteiro, interpretando o "Hino a S. Gonçalo" na recta final da eucaristia dominical presidida pelo bispo D. Manuel Clemente, que neste fim-de-semana em especial visitava a paróquia de S. Gonçalo. Findava assim a primeira parte deste serviço.

De tarde, o marasmo derreteu muito da paciência de todos envolvidos. A "corrida à neve" envolveu a cidade em trânsito denso de veículos automóveis. Se o frio já dificultava as operações, não foi este pormenor que veio ajudar mais. Nem sequer um inocente erro de logística que deformou a configuração do palco para o concerto. Nada condenável, tendo sido feito, como se diz em bom amarantino, "na boa fé". Mas, diga-se desde já, que não foi esta conjugação de obstáculos que impediu o bom sucesso da festa. Consta que, apesar de um atraso já gordinho e do terrível frio, o largo de S. Gonçalo encheu-se de gente para assistir ao concerto. A mancha humana era quase comparável às das festas de Verão no largo. Tudo pronto para assistir. Nós prontos para começar. Afinou-se... E começou o concerto.
Abriu-se com o "Hino a S. Gonçalo", que foi executado de pé, seguido do pasodoble "Consuelo Císcar" de Ferrer Ferran, ambas as peças dirigidas pelo maestro Armando Teixeira. Entrou em cena o maestro Manuel Fernando Marinho para dirigir a abertura para banda "Ross Roy" de Jacob de Haan. A peça a solo "Le Merle Blanc" de Eugene Damaré pôs em pé o solista em flautim Fábio Pinto da Costa. Voltou o maestro Armando Teixeira para concluir com "Xutos Medley" de Luís Cardoso, a rapsódia "Poetuguês Suave" de Carlos Marques e, ainda, o pequenino número "Martiñika" de J.F. Groba. Concluiu-se novamente com o hino interpretado no início, dando por findada a nossa participação nas festividades. No final, o grupo de Bombos de Jazente veio ainda saudar a Banda. O público correspondeu ao esforço da Banda, crescendo aplausos peça após peça, o que comprova o sucesso do concerto. A Banda superou um difícil obstáculo de temperatura. Para quem não imagina, esta festa foi a mais difícil, tanto a nível de condições para executar como para a organização.

É possível ver as fotos deste concerto na galeria de fotos do site da Banda ou ainda no perfil de hi5 da mesma. É ainda possível fazer o download de três das peças executadas na galeria de mp3 do site. O concerto encontra-se na íntegra no site do Amarante TV.

Foi assim a entrada da Banda neste novo ano. Prestou-se a devida homenagem a S. Gonçalo de Amarante, nosso padroeiro. Agora começa o que, para quem assiste é um hiato, mas para quem trabalha é a parte mais importante. Vão-se ensaiar novas peças para o repertório. Será preciso muito trabalho e aplicação de todos os músicos. Quanto a músicos, os parabéns a todos pela prestação. Um agradecimento aos que vieram colaborar. Não têm contrato com a nossa Banda, é certo. Mas a sua presença já habitual e a sua disposição sempre colaborativa para ajudar torna-os mesmo músicos desta Banda, com todo o entrosamento sempre melhor e com o calor hospitaleiro que lhes tentamos sempre transmitir. Obrigado por toda a ajuda. Bom ano.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Géneros Musicais

Bonito. A Banda já deu a entrada. Vamos agora para o coreto de modo a executarmos o nosso concerto. Sabem que tipos de música são interpretados num concerto de Banda Filarmónica? Se não sabem, leiam aqui. Nós só não temos solução para a morte. De resto arranjamos explicação para tudo. Ora vá.

Ao contrário das Orquestras, que se fixam unicamente na música erudita, as Bandas Filarmónicas estendem a sua interpretação por vários géneros musicais, desde os mais clássicos até aos mais ligeiros e populares. Assim sendo, podendo executar o que uma orquestra executa (com a devida transcrição), uma banda também executa obras de tamanho aceitável, reunindo vários temas. Passemos então ao concerto.

Genericamente, um concerto de uma Filarmónica começa no geral com um Pasodoble. E o que é isto? Ora, o Pasodoble é um estilo musical e de dança de origem espanhola, surgido no século XVI. Caracteriza-se por ser uma marcha de compasso binário (2/4 ou 6/8) e tempo allegro moderato. Tem uso nas touradas e desfiles militares. Tem muito recurso ao trompete, instrumento que surge várias vezes como solista em obras deste género.
A seguir ao Passodoble, é normal que se interprete uma obra de carácter mais erudito. Dentro disto, é muitas vezes interpretado um destes dois géneros: a suite e a abertura.
A suite é um conjunto de movimentos musicais dispostos com algume elemento de unidade, de modo a serem tocados sem interrupções. Na Alemanha a suite compreendia um conjunto de danças, enquanto que em França é tida como uma abertura. Com o passar dos séculos, passou a designar uma selecção de temas de uma obra orquestral, pelo que a música é rica em suites, por exemplo, dos bailados de Tchaikovsky, da obra Peer Gynt de Edvard Grieg...
Já a abertura é o termo que denomina uma peça musical unicamente instrumental que, tal como indica o próprio nome, serve de abertura a óperas bailados, sinfonias ou suites. No século XIX acaba por ser independente, representando assim uma peça orquestral, de carácter evocativo.
Findada a parte mais erudita do concerto, chega-se a uma parte mais ligeira. Aqui a "côr" muda completamente e a música passa a ser, em geral, mais leve. É executada uma abertura para banda, que segue o conceito da abertura orquestral, mas sendo caracterizada por ritmos ligeiros e modernos. Costuma sintetizar-se por uma entrada majestosa, desenvolvendo-se um tema, segunido-se uma parte mais melancólica, geralmente com uma intervenção a solo, acabando com um finale festivo. Dos exemplos mais célebres no ambiente filarmónico destacamos "Oregon" ou "Ross Roy" do compositor holandês Jacob de Haan; ou "Cassiopeia" de Carlos Marques e "Ciclos e Mitos" de Nuno Osório, dois exemplos da produção deste estilo no nosso país.
Um outro estilo ligeiro muito interpretado é o medley ou selecção. Nes estilo, são simplesmente seleccionadas e misturadas melodias, temas e canções de acordo com o tema ou artista a tratar. No nosso universo filarmónico, temos exemplos célebres tais como "Xutos Medley", "Selecção Q.B." (medleys da autoria de Luís Cardoso com temas de Xutos e Pontapés e Quinta do Bill, respectivamente), "God Save the Queen" (da autoria de Carlos Marques; temas dos britânicos Queen) ou "Bands Around the World" (por Paul Yoder e Harold Walter com temas característicos de vários países).
Filarmónica não é Filarmónica sem tocar uma ou duas rapsódias, obviamente. A rapsódia é uma justaposição, de escassa unidade formal, de temas e melodias populares e conhecidas. Podem ter vários movimentos e mudanças de tonalidade. Na música erudita, vários compositores elaboravam rapsódias de temas seus ou de outros, havendo até variações que são entendidas como rapsódias, devido ao seu estilo livre. No panorama filarmónico, as rapsódias são geralmente medleys de música popular portuguesa.
A banda filarmónica também tem que ter um repertório rico em marchas. A marcha é uma peça escrita originalmente (e tal como nos indica) para marchar. Era intencionada para bandas militares e para os seus desfiles. O estilo da marcha compreende desde marchas fúnebres, solenes, de desfile, militares e hinos. São escritas geralmente em compassos binários, tal como o Pasodoble de 4/4,2/4, 2/2 ou 6/8.

Fica então aqui este compêndio. Os textos com estas e outras explicações mais detalhadas encontram-se na wikipedia. Falta-nos falar sobre a Fantasía. Fica para uma próxima. Para assistirem a exemplos destes estilos aqui tratados, não deixem de assistir ao concerto pela Banda Musical de Amarante no próximo domingo dia 11, na festa em honra de S. Gonçalo de Amarante.