Avisos:

A Banda de Amarante vai apresentar-se em Peroselo, Penafiel, para a festa em honra da Nª Srª da Visitação, no próximo dia 7 -- VI Estágio de Verão e Curso de Aperfeiçoamento de Sopros e Percussão (este ano com o maestro José Rafael Pascual Vilaplana) de 19 a 23 de Agosto -- Banda Musical de Amarante - Vencedora do 1º Prémio/III Escalão do IV Concurso Internacional Ateneu Artístico Vilafranquense e Prémio Tauromaquia

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

155º Aniversário da Banda Musical de Amarante

E, de repente, cresceu...

Há somente dois anos, a Banda Musical de Amarante era um nado morto para alguns. Obviamente que se obterá tal sensação se, no seu aclamado dia de anos, ela não der sinais - o que aconteceu, no já ido 2007. Hoje ela respira, renasce e evolui. Hoje tem 155 anos e muitos novos valores que lhe dão garantia de futuro e sucesso. Hoje, este dia 1 de Dezembro de 2009 foi dobrado, no seu expoente, tal como no ano passado, cheio de harmonia, explorada ao máximo pela nossa Instituição.
E não foi fácil ultrapassar as adversidades deste feriado da Restauração. Chuva, atrasos, pneu furado... Sim, pneu furado! Este dia foi em cheio e cheio de surpresas.

Começando pelo início.
Manhãzinha na cidade princesa do Baixo Tâmega. Amarante clareava na luz matinal, mas as nuvens não mostravam o Sol em plena, ameaçando - e confirmando - a chuva que viria a sentir-se. Os músicos da Banda Musical de Amarante, como outrora os de barba branca faziam, apresentaram-se ao serviço na sua sede, para assinalar a efeméride de mais um aniversário da Instituição. À espera doselementos, bolachas, vinho do Porto e aguardente. Nada mais nada menos que a pura tradição, melhor maneira de saudar e integrar os novos elementos que se nos iam juntar. Tal tradição só não teve o seu normal seguimento por causa da chuva. A pluviosidade não cedeu a tréguas e o habitual desfile da Banda pelas ruas da cidade não seguiu.
No entanto, há momentos dos quais não se pode prescindir, por muito adversas que possam ser as situações. A visita ao quartel dos Bombeiros Voluntários de Amarante é como que uma obrigação. Obrigação histórica, devido ao nosso passado comum, obrigação simbólica, pelo bairrismo que aquela instituição representa, pelos heróis que eles são para a cidade e pelos elementos que temos em cada posição na Banda, com profundas ligações.
No cemitério, apenas uma comitiva de alguns músicos, sem interpretar qualquer melodia, prestou homenagem. Os sócios e amigos ficam sempre marcados e, neste final de ano, a Banda apresenta-se no terreno de sua sepultura, para marcar que não, não se esquece. Ser sócio da Banda é ser parte de algo especial. E a Banda retribui.
A manhã terminou com a missa celebrada em honra da Instituição, presidida pelo Pe. José Manuel Ferreira.

A tarde traria o ponto alto dos festejos. Após um ensaio geral para ultimar os preparativos e entrosar os músicos que integraram a Banda para a actuação - já presença habitual nos nossos compromissos - realizou-se o concerto de aniversário. Começando sempre com a abertura solene interpretando o Hino da Restauração, o concerto reviveu alguns dos temas que marcaram a digressão da Banda durante o Verão e introduziu novas obras, deliciando os espectadores com tradicionalismo e humor criativo. Foram interpretadas mais uma vez as obras Fantasia Brilhante Sobre Temas da Ópera Carmen de G. Bizet (François Borne/trans. Luis S. Romanos), com a prestação a solo do flautista Fábio Pinto da Costa, e a abertura para banda Fate of the Gods, de Steven Reineke. Estreou-se na nossa Banda o Andamento Final da Suite Alentejana nº 2 de Luís Freitas Branco, pelo que se destaca aqui a exploração da música erudita de compositores portugueses, com alma extremamente lusitana. Após o início da peça seguinte, The Happy Cyclist de Ted Huggens, apareceu o nosso ilustre Anónimo actor a quem, ainda que dotado de uniforme, foi barrada a passagem ao tentar entrar. Contratempos à parte, este hoje ciclista lá ia acrescentar ritmo e alegria à canção, até que... o tal pneu furou. E agora? Eis que aparece o Anónimo número 2, qual D. Sebastião, que, dotado de uma bomba de ar, consertou o problema. Seguiu-se com o concerto, num envolvimento de boa disposição e alegria com o público que aplaudiu esta brilhante coreografia cómica. Qualquer parecença entre estes Anónimos e os
elementos Miguel Costa e Óscar Monteiro é uma pura realidade!
Finalizar-se-ia com a rapsódia Canções da Tradição, de Luís Cardoso e a reexposição do Hino da Restauração. Pelo meio, o discurso do nosso Presidente, o Dr. Luís de Mesquita, salientou o êxito da nossa Banda durante o ano, a aposta na formação baseada no investimento forte nos estudos dos alunos da Banda a cargo da Escola de Música do Centro Cultural de Amarante, e a inclusão no grupo de Banda de sete novos jovens elementos:
  • em flauta, Carla Alves;
  • em clarinete, Inês Pinto da Costa e "Paulinho" Ferreira;
  • em saxofone, Alexandre Morais e Bernardo Cardoso;
  • em trompete, João Pedro Cerqueira;
  • em trompa de harmonia, Mário Rui Mesquita.
Mas ainda há mais a salientar! A Banda assegurou a presença no seu conjunto do elemento Carlos Teixeira, em trompete, assim como da ajuda dos elementos Emanuel Silva, em clarinete, e Nuno Teixeira, em tuba, sendo que estes dois são titulares numa outra banda, apesar de tudo. O destaque não para por aqui, pois a presença de músicos professores no Centro Cultural de Amarante (e anteriormente na escola da Banda) melhora em muito a qualidade do grupo musical e ressalva a identidade amarantina, tornando a Banda ainda mais produzida em casa. Ainda aliando a presença de outros músicos que, apesar de não terem contrato, já integrarem compromissos da Banda desde o ano de 2008.

Após muitas fotografias, para mais tarde recordar, encontros e reencontros entre músicos e plateia, o orgulho nos olhos dos pais dos novos elementos, a alegria na cara dos maestros e o sentimento de dever cumprido no coração de todos os músicos, cerravam-se as portas da sede, para voltar ao trabalho poucos dias depois.
Não parariam aqui os festejos. O jantar, realizado no Centro Pastoral de Amarante, em ambiente tremendamente familiar e aconchegado, finalizou com discursos do Presidente Dr. Dinis de Mesquita e do vereador Dr. Hélder Ferreira, que destacou o contínuo apoio da Câmara, não só à Banda, mas como a várias instituições, com o desejo de manter viva as importantes raízes e tradições culturais (e não só) amarantinas, assim como o desejo de que os músicos aproveitem esta aposta que a Banda faz em todos eles, dignificando esta Instituição que os acolhe e luta pelo seu desenvolvimento, não só artístico, mas como pessoas.

Adocicando depois as festividades com o bolo de anos, chegaria ao fim o dia. Missão cumprida. A Banda cresceu, ganhou qualidade e está pronta para dar mais passos em frente, para novos desafios e compromissos, em sua prole, mas também em prole da música e da filarmonia. Se há algo que devemos aprender com este dia 1 de Dezembro é que cada um de nós é o elemento mais importante da Banda Musical de Amarante. Façamo-nos agora ouvir.

O concerto encontra-se disponível em vídeo no sítio do @marante tv e em áudio na galeria de músicas do nosso site. Na galeria de fotos encontraremos as imagens que ilustraram a festa, pelo "nosso" fotógrafo Paulo Teixeira. Esteve presente também a Emissora Regional de Amarante que entrevistou o Presidente e os nossos maestros.
Seguir-se-ão mais ensaios, mais compromissos (desde já as noites de Reis/Janeiras e a festa de S. Gonçalo). Destaque ainda para o concerto a realizar pela Banda "B", formada pelos alunos da escola, na tarde de Sábado dia 19 no Centro Pastoral de Amarante.

O folheto do dia do concerto contempla duas falhas. Não podemos deixar passar em claro a presença e actuação dos músicos Nélson Ferreira, em trompete e Hélder Torres, em percussão, não incluídos por esquecimento. A esses músicos as mais sinceras desculpas.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

1 de Dezembro de 2009

Neste dia 1, relembremos o sentido da palavra “identidade”. Outrora, há centenas de anos, o nosso país não o era – não era nosso. Por muito bom ou mau que isso nos possa parecer hoje, os antepassados desses nossos antepassados de então (passo a redundância) tinham morrido em nome dessa palavra que hoje devemos relembrar – identidade. Sentiram, desde cedo, que eram um povo diferente dos restantes peninsulares. Lutaram pelo seu espaço, pela sua independência, pela sua grandeza. Lutaram também, nesse dia 1 de Dezembro de 1640, por uma nova indepêndencia outrora esquecida. Lutaram porque acreditavam na sua identidade. Por isso é feriado; porque festejamos a luta pelo restabelecimento da nossa identidade – a Restauração.

Em 1854, naquela manhã, um grupo de homens, amarantinos, sentiu também no seu sangue uma identidade diferente: a alegria, sensibilidade e união da música e da filarmonia. Saíram á rua e mostraram-se à cidade. Hoje, relembremo-los também, porque nos deram esta identidade.
Durante estes 155 anos passámos do melhor e do pior, em diferentes gerações. Várias guerras (duas mundiais), várias crises, um fim de monarquia, duas repúblicas, uma dentadura... E tudo o que o país sofre, repercute-se pelos seus cidadãos e entidades. Mas, no meio disso tudo, sobrevivemos, sem fechar portas, sem perder a nossa identidade. E, como sinal que ela se mantem, cá estamos a festejar solenemente esta efeméride, sentindo o peso da camisa sobre o peito, a responsabilidade do que representamos nos ombros – mais que a Banda ou a nós próprios, representamo-vos a vocês, Amarante.

De geração em geração, como tudo aquilo que é mítico, hoje se passa também esta identidade a estes novos valores que saudamos:
Carla Alves, em flauta
“Paulinho” Ferreira e Inês Pinto da Costa, em clarinete
Alexandre Morais e Bernardo Cardoso, em saxofone
João Pedro Cerqueira, em trompete
Mário Rui Mesquita, em trompa
O sucesso do presente está em viver o momento. O sucesso do futuro está na boa interpretação do passado. O sucesso de um povo, e de qualquer entidade, está na compreensão da sua identidade.