Avisos:

A Banda de Amarante vai apresentar-se em Peroselo, Penafiel, para a festa em honra da Nª Srª da Visitação, no próximo dia 7 -- VI Estágio de Verão e Curso de Aperfeiçoamento de Sopros e Percussão (este ano com o maestro José Rafael Pascual Vilaplana) de 19 a 23 de Agosto -- Banda Musical de Amarante - Vencedora do 1º Prémio/III Escalão do IV Concurso Internacional Ateneu Artístico Vilafranquense e Prémio Tauromaquia

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Boas Festas 2010/11

Um Santo Natal. Um harmonioso ano novo. São simples e humildes desejos nossos, que vos visitamos nestas noites frias. Ousamos desafiar o frio intenso para vir estar junto dos amigos que acederam em nos receber e nos ajudar. Neste Natal queremos celebrar a sobrevivência à crise, respirando saudavelmente no meio da maleita económica mundial e nacional que se sente. Somos a Banda, nós músicos e cantadores e vós nobres anfitriões, que fazem a Instituição viver sempre mais dias, conferindo a oportunidade aos artistas de inovar e reinventar esta sociedade de música e arte, trazendo novos sons a esta terra que se enche de bruma e luz, mesmo em noites escuras, para sentir no ar o espírito de Natal, a alegria de chegarmos a esta época vivos.

Também celebramos a esperança. Esperança de evoluirmos. Antes de qualquer evolução tecnológica, uma evolução intelectual e moral, “que o coração lá no fundo invente um novo ser”. Foi a grande missão do Menino agora nascido, trazer uma mensagem de bondade, somente dizendo “faz aos outros aquilo que gostavas que te fizessem a ti”. Talvez seja a cura para qualquer crise mundial—a união dos povos, conforme sonhou um dia Beethoven.

Um Feliz Natal e um óptimo 2011!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

156º Aniversário da Banda Musical de Amarante

"A Banda está na Rua"
O dia nasceu frio. Ameaçou chuva, pois a pluviosidade nocturna assim o fez prever. No entanto, era dia da Banda saír à rua e, contrariamente ao azar do último ano, foi possível fazê-lo.

A tradição não falhou. No aniversário da Banda Musical de Amarante, pela manhãzinha, figos secos, bolachas, água ardente, vinho do Porto e sumos esperavam os músicos na sede da Banda. Alinharam-se as filas, afinaram-se os instrumentos, com toda a dificuldade do frio imenso que se sentia na rua que baixava a afinação dos instrumentos, e começou-se o desfile. O Hino da Restauração percorreu as ruas da cidade, homenageando a nossa Amarante e os símbolos que nos ligam a ela. A nossa casa, onde trabalhamos arduamente para nos aperfeiçoarmos artisticamente, os Bombeiros Voluntários de Amarante, uma casa irmã que vibra com os nossos passos, o cemitério, onde imortais membros do nosso grupo repousam e nunca são esquecidos, o centro da cidade, património de todos nós, marco de uma antiguidade da qual também a Banda partilha. O mosteiro de S. Gonçalo albergou a cerimónia cristã da consagração da Banda, celebrada pelo Pe. Castro, em substituição do pároco José Miranda, com a colaboração dos nossos elementos nas leituras e actuações corais.

Esta manhã de 1 de Dezembro, vindo tão espaçada entre o calendário de serviços, funciona como uma cola entre os músicos. O caminhar juntos, trabalhar e afinar, rir e conversar, são factores que funcionam como união entre os músicos, revelando a meta que a Banda define em conjunto, nunca apenas por decisão de directores, mas como decisão do grupo. Somos um grupo, a Banda de uma cidade e juntos decidimos o nosso rumo.

À tarde esperava-nos o concerto. Um pequeno ensaio pouco antes, para ultimar as peças a apresentar e para o fotógrafo de serviço preparar o seu árduo trabalho para hoje podermos contar com as imagens deste momento.
A actuação estaria entregue ao nosso maestro Armando Teixeira, havendo espaço ainda para o director artístico Fernando Marinho dirigir uma obra. Afinação, contraste de dinâmicas, agressividade na interpretação contrastando também com sensibilidade e muita diversão foram alguns dos aspectos marcantes do concerto. Relembraram-se obras que marcaram o nosso Verão e ainda houve espaço para uma pequena diversão com uma... chávena de café.

Os discursos de quem teve a palavra visaram factores importantes na vida da Instituição. O nosso presidente vincou, em sua defesa e em verdade, o trabalho árduo de toda a Direcção: o que custa obter serviços sem haver qualquer tipo de mecenato, a não aposta na tentação de contar com o dito mecenas (ou "Messias", como diria o Sr. Presidente da C.M.A. Dr. Armindo Abreu) para não deixar a Banda à deriva num dia em que tudo isso acabe, o esforço pelo não endividamento numa altura em que a crise é de carácter internacional, a aposta no futuro e na escola e um apelo para os amarantinos, enquanto disponíveis, se abrirem para a Banda, se tornarem sócios e nunca deixarem morrer esta que é uma das muitas tradições que a nossa terra tem que valem a pena.
O nosso maestro vincou algo ainda mais importante: a união. Pode haver quem ache esquisito a Banda ter ao seu dispor dois maestros. Entendem-se? Anda um a mando do outro? Anda um a ver se "destrona" o outro? Não. A maior força da direcção artística é terem-se um ao outro como irmãos. Se Fernando Marinho é o maestro com o currículo que ele tem, sabe reconhecer o trabalho árduo que Armando Teixeira desempenha sábado após sábado com o grupo. Enquanto que este, reconhece aquela "luz" que emana de alguém que funciona como um mentor, nun
ca deixando de procurar novas técnicas, novos ensinamentos, em prol da sua evolução e da ajuda que pode oferecer à Banda.

Um sinal forte da união, imagem de marca da nossa Banda, apreendida por quem dela quer fazer parte, demonstrada perante o público.

Findo o concerto, espaço para o jantar. Ambiente de intimidade entre os músicos, os aniversariantes. Mais discursos, desta vez de representantes da Câmara Municipal, vincando algo que o nosso presidente referiu no seu discurso. A Banda de Amarante encara a vida com realismo, sem entrar em megalomanias de preencher o calendário de serviços, se tal não for económicamente viável. Uma instituição como a nossa deve sobreviver, acima de tudo. Pela sua história e por todos aqueles que dela fizeram parte. No entanto, o aumento do número de serviços de 2009 para 2010 apenas demonstra que a aposta nos serviços tem sido bem feita, que as rejeições não implicam que não se façam bons serviços, com boas bandas a acompanhar-nos. Desta forma, sem nunca nos endividarmos para mostrar a Banda em romarias sem fim, é possível apresentarmo-nos no nosso aniversário, o marco mais importante do calendário, podendo dizer que respiramos saúde, que temos as contas em dia e que sobrevivemos a tudo.

A Banda cresce, contra muitas expectativas. Pudemos apresentar três novos músicos: de Mafra, migrando para o norte por motivos de trabalho, chega-nos Rui Almeida, em tuba; João Marinho, em percussão, que fora elemento da Banda da Lixa; Beatriz Ferreira, em eufónio, formada na Escola da Banda.
Junta-se também a Dra. Marta Marinho, membro dos corpos sociais da Direcção da Banda, executante em clarinete, que regressa ao corpo musical, vários anos depois de ter abandonado para ingressar na Banda da Lixa.
São sinais de continuidade e renovação; sinais também da proximidade entre instituições de zonas vizinhas.

Foi este o retrato de mais um aniversário. No dia 4, a Rádio Região de Basto emitiu uma entrevista ao nosso vice-presidente Victor Costa e ao maestro Armando Teixeira no programa "Espaço Aberto". Contou-se a história que todos podemos acompanhar neste blogue, inclusivé, bem como a realidade do trabalho que se desenvolve. Vincou-se a postura de quem representa a Instituição, nunca procurar protagonismo individual, mas a sobrevivência de uma causa maior que todos nós, a Banda Musical de Amarante.

Programa do concerto:
  • Hino da Restauração - abertura solene
  • Hispânico, passodoble - Nuno Osório
  • First Suite in Eb - Gustav Holst
  • Pacis Valley - Ben Haemhouts
  • Coffee Serenade - Ted Huggens
  • A Volta a Portugal, rapsódia - Luís Cardoso
  • Hino da Restauração - fecho solene
As fotos e gravações podem ser encontradas no nosso site.