Avisos:

A Banda de Amarante vai apresentar-se em Peroselo, Penafiel, para a festa em honra da Nª Srª da Visitação, no próximo dia 7 -- VI Estágio de Verão e Curso de Aperfeiçoamento de Sopros e Percussão (este ano com o maestro José Rafael Pascual Vilaplana) de 19 a 23 de Agosto -- Banda Musical de Amarante - Vencedora do 1º Prémio/III Escalão do IV Concurso Internacional Ateneu Artístico Vilafranquense e Prémio Tauromaquia

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Diabos à Solta 2010

Os músicos chegam a ser heróis. Assumem e cumprem compromissos, vários num só dia, para poderem concretizar e preencher o prazer de tocar, ganhando também alguns cobres. Os músicos da Banda Musical de Amarante não são excepção. No dia 22 de Agosto, muitos foram os que, aproveitando a folga, levaram o nome de Amarante a outras paragens, colaborando com várias bandas, à imagem do que acontece com a nossa própria Banda. Por aqui e por ali, provou-se que não há uma banda a depender de músicos de fora, mas sim uma interacção entre bandas e músicos de vários locais, que dinamizam e globalizam o universo filarmónico, criando conhecimentos e amizades. Famalicenses vêm a Amarante mostrar a qualidade musical da sua terra, e amarantinos fazem o caminho inverso mostrando também o bom trabalho musical que é feito na menina do Tâmega.

No entanto, os músicos da Banda Musical de Amarante são cumpridores. Correu-se e voou-se, mas a verdade é que, largos minutos antes de concretamente se verificar o arranque da procissão, a Banda Musical de Amarante apresentou-se pronta para o serviço na alegórica procissão dos Diabos de Amarante. Este evento ocorre todos os anos, em alegoria à velha história dos Diabos de Amarante. Quando essas esculturas chegaram à cidade (na altura vila) há longos anos atrás, a nossa Banda foi esperá-los à estação.
De Santa Luzia partiu então a fila. No meio do barulho e da confusão, que dão vida à festa, a Banda de Amarante interpretou as marchas de desfile como quando se escoltaram os Diabos na história original. Não é agradável tentar tocar no meio da confusão, não sabe nada bem levar com farinha sobre instrumentos que valem milhares de euros. Mas é um compromisso da Banda para com a sua cidade, que verá sempre a Instituição apresentar-se na qualidade de símbolo da terra, aceitando os desafios que Amarante merece que a sua Banda tenha.

A semana mais longa terminou assim. O calendário marca agora, apenas, o 156º aniversário da Banda. Ficam os leitores a saber que os músicos se reuniriam poucos dias depois. Nova prática no seio da Instituição: todos juntos, sem presença de directores ou maestros, os músicos discutiram saudavelmente, num rescaldo de todo um ano de trabalho. A conclusão foi unânime: um ano excelente, com catorze compromissos de festas de qualidade, lado a lado com excelentes bandas com que ombreámos em brio musical, e com um Estágio ainda mais ousado que os anteriores, com mais experiências que tornarão os músicos melhores intérpretes e os executantes um grupo ainda mais unido à volta de um projecto que, para esses músicos, é cada vez mais interessante.
A Banda agora reformulará o seu grupo de músicos para o novo ano que aí vem, com novas entradas e saídas, preparando novo repertório e encetando um trabalho minucioso em busca do melhoramento contínuo e incessante da qualidade de som e interpretação. Reabrindo a escola e retomando os ensaios, Amarante irá continuar a contar com a sua Banda, pronta para o grande compromisso que é representar o nome da sua terra.

Procurem a nossa informação de onde ela realmente vem e estejam atentos à Banda que nunca esteve tão viva.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Em Estágio

O que motiva afinal a Banda Musical de Amarante a realizar o Estágio de Verão? Uma das palavras-chave é, sem dúvida, a inovação. De e para os músicos. Ao cabo de várias romarias e festividades, marcos importantes do calendário de qualquer banda filarmónica, mas que, por vezes, não cativam os músicos para dar o seu melhor, eis que temos a oportunidade de trabalhar para fazer jus ao verdadeiro significado do termo filarmonia – gosto pela música – e damos vida à cidade, acompanhados de grandes amigos que vêm um pouco de toda a parte, com o objectivo de conviver, trabalhar, divertir-se, sacrificar-se e... Inovar.

Neste ano, o repertório de banda sinfónica trazia o maior dos desafios. Obviamente que, de ano para ano, o objectivo é melhorar e elevar o nível de dificuldade. No III estágio, o grau de exigência das obras era ainda maior, então, mas tal não retiraria a qualidade necessária para cativar o público. Apenas uma das peças não era da autoria de compositores portugueses, sendo que a dita não mais era que uma das obras que mais se popularizou neste ano, estando presente no programa de várias bandas filarmónicas e estágios por todo o país. Em suma, a Orquestra de Sopros do Estágio, chamemos-lhe assim, veio mostrar ao público amarantino que em Portugal produz-se música evoluída, que as dissonâncias não são somente desafinações – podem ser música escrita – e que a música da tuba vai para além daquilo que foi celebrizado numa canção – o “fon fon fon”.Quem acompanhou as edições anteriores do evento, adivinha facilmente um resumo da semana de trabalhos. Sendo que, neste ano, a organização ficou entregue a um elemento assistente, ao invés de ocupar alguns músicos durante o período para os trabalhos, a liberdade desta assistente permitiu uma melhor organização do evento, sempre com a companhia dos maestros titular e assistente, e dos músicos da Banda anfitriã, sempre que disponíveis.
Ao fim de um dia de trabalho, um concerto já estava pronto. Na Cozinha dos Frades, os professores do Estágio actuaram mais uma vez, com o seu repertório habitualmente mais progressivo. Desde os blues na flauta do prof. Marco Pereira até aos “tchica tchica” para acompanhar a caixa do prof. Nuno Simões, passando por todos os outros membros do corpo docente do evento, justificando a aposta e confiança que, em alguns casos, transpira de ano para ano.

O trabalho da técnica instrumental, uma das questões mais importantes, foi desenvolvido durante o restante da semana, não impossibilitando os ensaios de naipe e tutti. Na terceira noite, o Centro Cultural de Amarante recebeu o concerto de alunos e, finalmente, na última noite, o simbólico palco dos claustros da Câmara Municipal de Amarante recebeu o concerto final de Banda Sinfónica. Pelo meio estavam aulas, trabalho, ensaios, jantares e lanches em grupo, o torneio de futebol (classificação final: 1 - Amarante A, 2 - Amarante B, 3 - Lixa, 4 – Professores), pique-niques à beira-rio com direito a banho, diversão nocturna nas esplanadas do Parque Ribeirinho e da Rua das Tílias... Momentos que criavam o espírito de grupo com que o concerto final deveria ser abordado; o espírito de grupo que iria preencher grande parte das boas recordações do evento.
Na grande noite final, a plateia foi pequena para tanto público. Delfim Carvalho apresentou, Joana Alexandra de Morais, a assistente do Estágio, sincronizou a projecção multimédia, Fernando Marinho e Armando Teixeira dirigiram, Nélson Carvalho deslumbrou a solo... E a Orquestra de Sopros mostrou o fruto do seu trabalho. O concerto final correu de forma excelente e as peças recolheram aplausos e, até, interacção do público. O presidente Dr. Dinis de Mesquita focou a evolução do evento, a quase centena de pessoas envolvidas, o gosto assumido que é, para cada participante, estar presente no evento e a aposta que o Estágio é para o futuro desta Instituição centenária (e meia).
De realçar a presença de músicos de várias instituições do país. A possibilidade de alojamento permitiu que se apresentassem no Estágio músicos das bandas de Amarante, Mancelos, Lixa e Várzea, como já era habitual, e, também, de Revelhe – Fafe, Trofa, Nespereira, Lousada, Carrazedo de Montenegro... E peço perdão se se esquece alguma. Estes músicos vieram, de todos estes locais, aperfeiçoar a sua interpretação do seu instrumento, de modo a evoluírem, dando assim mais qualidade a estas bandas, trazendo também o nome delas até à nossa terra. Os parabéns a estes participantes, pelo evento a que deram vida. Os agradecimentos habituais à Câmara Municipal, Paróquia e Centro Cultural pelo apoio. Aos professores e organizadores, pelo bom trabalho desenvolvido. Ao fotógrafo e a quem efectuou e disponibilizou gravações, cujos trabalhos podem ser encontrados nas galerias do site da Banda e no @marantetv. Ficam agora promessas para os anos que se avizinham, no sentido de evoluír ainda mais e nunca estagnar e acomodar a qualquer que seja o rótulo adquirido. Inovação é a palavra-chave.
Concerto final:
  • Fanfare Overture – Lino Guerreiro
  • Concertino para Tuba e Banda Sinfónica – Carlos Marques (tuba: Nélson Carvalho)
  • 1ª Suite para Banda – Jorge Salgueiro
  • Danzón no. 2 – Arturo Márquez/arr.: Oliver Niquel
  • Volta a Portugal – arr.: Luís Cardoso
  • (extra)
  • Navegar, navegar – música e letra de Fausto Bordalo Dias/arr.: Jorge Salgueiro