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A Banda de Amarante vai apresentar-se em Peroselo, Penafiel, para a festa em honra da Nª Srª da Visitação, no próximo dia 7 -- VI Estágio de Verão e Curso de Aperfeiçoamento de Sopros e Percussão (este ano com o maestro José Rafael Pascual Vilaplana) de 19 a 23 de Agosto -- Banda Musical de Amarante - Vencedora do 1º Prémio/III Escalão do IV Concurso Internacional Ateneu Artístico Vilafranquense e Prémio Tauromaquia

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Géneros Musicais

Bonito. A Banda já deu a entrada. Vamos agora para o coreto de modo a executarmos o nosso concerto. Sabem que tipos de música são interpretados num concerto de Banda Filarmónica? Se não sabem, leiam aqui. Nós só não temos solução para a morte. De resto arranjamos explicação para tudo. Ora vá.

Ao contrário das Orquestras, que se fixam unicamente na música erudita, as Bandas Filarmónicas estendem a sua interpretação por vários géneros musicais, desde os mais clássicos até aos mais ligeiros e populares. Assim sendo, podendo executar o que uma orquestra executa (com a devida transcrição), uma banda também executa obras de tamanho aceitável, reunindo vários temas. Passemos então ao concerto.

Genericamente, um concerto de uma Filarmónica começa no geral com um Pasodoble. E o que é isto? Ora, o Pasodoble é um estilo musical e de dança de origem espanhola, surgido no século XVI. Caracteriza-se por ser uma marcha de compasso binário (2/4 ou 6/8) e tempo allegro moderato. Tem uso nas touradas e desfiles militares. Tem muito recurso ao trompete, instrumento que surge várias vezes como solista em obras deste género.
A seguir ao Passodoble, é normal que se interprete uma obra de carácter mais erudito. Dentro disto, é muitas vezes interpretado um destes dois géneros: a suite e a abertura.
A suite é um conjunto de movimentos musicais dispostos com algume elemento de unidade, de modo a serem tocados sem interrupções. Na Alemanha a suite compreendia um conjunto de danças, enquanto que em França é tida como uma abertura. Com o passar dos séculos, passou a designar uma selecção de temas de uma obra orquestral, pelo que a música é rica em suites, por exemplo, dos bailados de Tchaikovsky, da obra Peer Gynt de Edvard Grieg...
Já a abertura é o termo que denomina uma peça musical unicamente instrumental que, tal como indica o próprio nome, serve de abertura a óperas bailados, sinfonias ou suites. No século XIX acaba por ser independente, representando assim uma peça orquestral, de carácter evocativo.
Findada a parte mais erudita do concerto, chega-se a uma parte mais ligeira. Aqui a "côr" muda completamente e a música passa a ser, em geral, mais leve. É executada uma abertura para banda, que segue o conceito da abertura orquestral, mas sendo caracterizada por ritmos ligeiros e modernos. Costuma sintetizar-se por uma entrada majestosa, desenvolvendo-se um tema, segunido-se uma parte mais melancólica, geralmente com uma intervenção a solo, acabando com um finale festivo. Dos exemplos mais célebres no ambiente filarmónico destacamos "Oregon" ou "Ross Roy" do compositor holandês Jacob de Haan; ou "Cassiopeia" de Carlos Marques e "Ciclos e Mitos" de Nuno Osório, dois exemplos da produção deste estilo no nosso país.
Um outro estilo ligeiro muito interpretado é o medley ou selecção. Nes estilo, são simplesmente seleccionadas e misturadas melodias, temas e canções de acordo com o tema ou artista a tratar. No nosso universo filarmónico, temos exemplos célebres tais como "Xutos Medley", "Selecção Q.B." (medleys da autoria de Luís Cardoso com temas de Xutos e Pontapés e Quinta do Bill, respectivamente), "God Save the Queen" (da autoria de Carlos Marques; temas dos britânicos Queen) ou "Bands Around the World" (por Paul Yoder e Harold Walter com temas característicos de vários países).
Filarmónica não é Filarmónica sem tocar uma ou duas rapsódias, obviamente. A rapsódia é uma justaposição, de escassa unidade formal, de temas e melodias populares e conhecidas. Podem ter vários movimentos e mudanças de tonalidade. Na música erudita, vários compositores elaboravam rapsódias de temas seus ou de outros, havendo até variações que são entendidas como rapsódias, devido ao seu estilo livre. No panorama filarmónico, as rapsódias são geralmente medleys de música popular portuguesa.
A banda filarmónica também tem que ter um repertório rico em marchas. A marcha é uma peça escrita originalmente (e tal como nos indica) para marchar. Era intencionada para bandas militares e para os seus desfiles. O estilo da marcha compreende desde marchas fúnebres, solenes, de desfile, militares e hinos. São escritas geralmente em compassos binários, tal como o Pasodoble de 4/4,2/4, 2/2 ou 6/8.

Fica então aqui este compêndio. Os textos com estas e outras explicações mais detalhadas encontram-se na wikipedia. Falta-nos falar sobre a Fantasía. Fica para uma próxima. Para assistirem a exemplos destes estilos aqui tratados, não deixem de assistir ao concerto pela Banda Musical de Amarante no próximo domingo dia 11, na festa em honra de S. Gonçalo de Amarante.

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