Avisos:

A Banda de Amarante vai apresentar-se em Peroselo, Penafiel, para a festa em honra da Nª Srª da Visitação, no próximo dia 7 -- VI Estágio de Verão e Curso de Aperfeiçoamento de Sopros e Percussão (este ano com o maestro José Rafael Pascual Vilaplana) de 19 a 23 de Agosto -- Banda Musical de Amarante - Vencedora do 1º Prémio/III Escalão do IV Concurso Internacional Ateneu Artístico Vilafranquense e Prémio Tauromaquia

sexta-feira, 29 de março de 2013

Novo Ciclo

Raro é o caso em que um ciclo se torna eterno. Difícil será, mesmo, para quem tem que admitir que o seu terá chegado ao fim. Na Banda de Amarante lutámos, outrora, para garantir que nenhum ciclo seja garantidamente. Não falamos de ciclos de pertença ou amor pela Instituição. Focamos o conceito nos ciclos de desempenho. Ficarão para sempre na memória e na História aqueles que tiveram a hombridade e o amor pela Banda ao ponto de declararem o fim do seu ciclo e cederem a vez ao sortudo seguinte... Por outro lado, quem quiser prolongar o seu ciclo para lá daquilo que pode dar, quando houverem melhores oportunidades e correr o risco de levar a Banda ao fundo, confundindo os interesses desta com os seus próprios, terá uma nota de falta de amor e racionalidade para com o bem maior e conjunto do grupo e da Instituição.

Armando Teixeira esteve ao comando da nossa Banda desde 2008. Cresceu como maestro e como líder e, com ele, cresceu a nossa Banda. Com o seu contributo essencial e primordial, a Banda lançou nos seus quadros cerca de duas dezenas de jovens instrumentistas, cresceu em qualidade exibicional e de repertório, preparou-se para eventos em que a resposta ao nível do desempenho teria que ser rápida e perfeita (estágios, concertos vários e concurso), liderou a Banda nos momentos mais difíceis e inóspitos obtendo uma resposta de união e dedicação por parte do grupo todo e, mais importante que isso, acabou com a sensação de que, onde quer que fôssemos actuar, ficávamos a dever sempre algo (muito) à qualidade e à banda congénere que, por ventura, nos acompanhasse. No "consulado" de Armando Teixeira, com a sua contribuição, a contribuição do director artístico e o empenho que ele conseguiu tirar de cada músico, a Banda Musical de Amarante passou a ser um nome respeitado, de qualidade reconhecida, não por simpatia de quem passa a ouvir, mas, também, por conhecimento de causa de quem religiosamente se disponibilizava a ajudar em todas as ocasiões e de forma amigável e de quem confiava, apostava e apoiava os nossos projectos... Para além de ter aberto o caminho que permitiu que a Banda fosse conduzida a um patamar de grupo musical galardoado. Para além de tudo isto, fica também a grande qualidade de um homem que, reconhecendo mérito e qualidades a quem pudesse fazer melhor, entregava o lugar e trabalhava onde fosse preciso para a Banda crescer ainda mais que aquilo que ele sozinho conseguisse fazer.
Com tudo isto, razões não faltavam para, não tornar infinito, mas prolongar ainda mais este ciclo de sucesso... Mas, por vezes, não é o desempenho que decide o fecho do ciclo. Um homem tem vida, tem problemas a resolver, conquistas a fazer e oportunidades a não desperdiçar. Armando Teixeira reconheceu, nesse ponto fulcral da sua vida, que não deixaria que a Banda lhe estorvasse o seu caminho mas, mais importante ainda, não deixaria que o seu caminho fosse lesivo para a Banda. Momento de honestidade, reflexão e perfeita racionalidade: pelo melhor, cede o seu lugar com missão cumprida.

De forma rápida, eficaz, bem pensada e coerente, a Banda renovou a posição. Baseada numa avaliação por quem percebe e pelos próprios músicos, no currículo, demonstranção de habilidades e na margem de evolução, a direcção da Banda nomeou o novo representante do cargo de maestro. Depois de crescer no seio da Instituição, vindo da sua Lixa para ajudar sempre com disponibilidade e dedicação, Emanuel Silva foi o escolhido para indicar os caminhos da Banda no período que temos pela frente. Num cenário de dificuldades económicas que afectam directamente as romarias do nosso país e os apoios aos nossos projectos, de decaimento cultural que vai esquecendo a herança que a filarmonia deixou e de dificuldades de sustento de instituições como a nossa, a tarefa do nosso maestro não é fácil, como nunca foi a dos seus antecessores. A responsabilidade acresce com a necessidade de manter a Banda sempre acima do patamar atingido e evoluir a partir daí. Tudo condicionantes a que Emanuel Silva disse "presente" e que fazem acreditar que ele é o homem certo.

A História escreve-se continuamente. Armando Teixeira deixa saudades e marcou com letras profundas o seu nome na nossa cronologia. Emanuel Silva é o senhor que se segue, timoneiro de um legado de 160 anos e promessa de um futuro com sucesso. Mais importante, os músicos estão com ele e Amarante deve estar sempre com a sua Banda.

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