
No adro da Igreja da Sta. Casa da Misericórdia de Amarante, naquele início de noite, a Banda Musical de Amarante apresentou-se ao serviço com os seus elementos "da casa", do qual se pode dar ao luxo de ter em bom número. Sacerdotes, devotos, autoridades e instituições da cidade de Amarante juntaram-se nesta procissão que visa reconstituir e penitenciar o funeral de Jesus Cristo. O célebre e arrepiante instrumento - o qual não sei nomear - pedia o silêncio, e pelas ruas escuras e penitentes da cidade, a formação evoluiu, parando pelas várias igrejas, onde devotos davam uma vénia a Jesus Cristo sepultado e sacerdotes o beijavam. Assim, a romaria fúnebre passou desde S. Pedro, S. Domingos e S. Gonçalo, pelo largo do Arquinho, voltando por fim à Igreja da Misericórdia. Sempre acompanhada pelas marchas fúnebres da Banda de Amarante, a procissão recolheu. Estava prestado o culto e chorado o funeral de Jesus Cristo. Aguardava-se agora a Boa Nova da Ressurreição.
Domingo de manhã, finalmente. À meia-noite já ouviam os foguetes festivos. Naquela

Amigos recebiam-nos em suas casas, onde amavelmente nos ofereciam repasto, ou nos felicitavam e aplaudiam. Passaríamos ainda pelo quartel dos Bombeiros de Amarante, ponto simbólico da caminhada. Passava-se assim o dia. Chegaríamos ao fim cansados e, alguns, lesionados, mas com o sentimento de missão cumprida. Um único percalço seria sentido, com o atraso na visita a uma das ruas de Amarante, devido a falha de instruções dos organizadores da paróquia para a Banda. Aos habitantes nessa rua pedimos desculpa, apesar de nos terem dado mal as informações. Resolvida a situação internamente, seguiu-se para a etapa final em direção ao mosteiro de S. Gonçalo. Saudados pela população e pelo Pe. José Manuel Miranda, interpretamos uma última marcha, Caçadores do 1, de Amílcar Morais. Acabaria assim o nosso contributo para uma das festividades mais importantes do calendário católico - a Páscoa.
Após este duro compromisso, em termos de exigências físicas, temos então a época de romarias. Segue-se um concerto de comemoração da Revolução de Abril. Até lá, espera-nos muito trabalho.
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