Avisos:

A Banda de Amarante vai apresentar-se em Peroselo, Penafiel, para a festa em honra da Nª Srª da Visitação, no próximo dia 7 -- VI Estágio de Verão e Curso de Aperfeiçoamento de Sopros e Percussão (este ano com o maestro José Rafael Pascual Vilaplana) de 19 a 23 de Agosto -- Banda Musical de Amarante - Vencedora do 1º Prémio/III Escalão do IV Concurso Internacional Ateneu Artístico Vilafranquense e Prémio Tauromaquia

quarta-feira, 12 de março de 2008

Espírito Filarmónico

Porque nos levantamos todas as manhãs de festa mais cedo que a maioria?
Porque fazemos longas caminhadas, ao Sol e calor ou à chuva e frio, sem vacilar, sem parar? E tudo isto a tocar.....
Porque tocamos em coretos apertados com exposição às piores das condições do clima, ou em palcos grandes mas sem qualidade de som?
Porque nos submetemos a tudo isto.... e nunca paramos?
É algo que não compreendem todos. Nesta sociedade de hoje em dia, a grande maioria quer ver e entreter-se. Assim desaparecem as tradições. Como quando não há quem ajude a visita Pascal de S. Gonçalo de Amarante e há muitos que queiram recebe-la. Enfim, só um exemplo.
Mas neste tipo de colectividades, ninguém pára mesmo.

Que é então espírito filarmónico?

Há poucos dias ainda aqui se escreveu que filarmonia advém etimológicamente do gosto pela música. E é mesmo isso.
Cada leigo ao ver uma Banda passar na rua pensa: "Olha a música, tocam tão bem". Outros ainda dizem: "Olha a Fanfarra....". Mas todo o mecanismo emocional de dar tudo por um dia de festa não lhes passa sequer na cabeça.
Espírito Filarmónico reside em duas bases: seriedade e descontração.
Numa Banda, cada um dá um passo musicado com a sua responsabilidade, mas com uma enorme toada de descontração. O segredo está em acordar para cada serviço com a vontade de rever os amigos de anos, com vontade de dar o corpo à causa; nobre causa da música, com vontade de, em muitos casos, descomprimir de contrariedades da vida, desaparecendo tudo naquelas horas em que o trabalho vira paixão.
Em concertos ao luar, o amor à música mistura-se então com o amor à Instituição, procurando cada músico dar o melhor de si, fundindo-se a Banda num só em momentos de maior concentração e esforço... e se calhar de evasão. Momentos em que, no fim, jorra suor pelas faces dos músicos. Saem suspiros. Abundam aplausos.
Ao fim de cada serviço, os músicos cansados no autocarro vão desligando desta evasão que acaba. Fica para trás uma aventura. Aqui ou ali um solo mais improvisado, um sorriso colorido, um novo conhecimento que agradou, uma música à qual soubemos responder à altura, e até respondemos bem melhor toda a noite. Tudo isto ao serviço de um nome. Um emblema que levamos ao peito (porque isto não acontece só no futebol).
E memórias que ficam sempre. Noites eternas, passadas com amigos de verdade. Aqueles que dão tudo por nós, aqueles que dão tudo pela Instituição e nos ensinam também a faze-lo. Amizades derivadas pelo sentimento de pertença a algo especial, de fraternidade.

Em Amarante, Espírito Filarmónico pinta-se de fraternidade, amor à Música e classe.

Sem comentários: